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Notícias

Sangue e urina da população sob análise

 

Autor(es): JULIA CHAIB e GRASIELLE CASTRO

Pesquisa nacional vai coletar material e aferir dados como pressão, altura e peso. Ideia do governo é usar as informações para subsidiar políticas públicas. Estudo ainda avaliará a qualidade do serviço prestado no país

 Começou ontem a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. Além de aplicar questionários em âmbito nacional, será feita a coleta de urina, sangue e dados como altura, peso e pressão. O objetivo é avaliar a qualidade da assistência à saúde, traçar um perfil das doenças no Brasil e disponibilizar o material do estudo para subsidiar políticas públicas de saúde.

A pesquisa será feita em 80 mil domicílios, em 1,6 mil municípios. Um quarto dessa amostra — cerca de 20 mil pessoas — terá os dados coletados, mas a identidade dos indivíduos será preservada. “O estudo ajudará a descobrir qual é a ocorrência nacional de doenças e onde elas prevalecem”, explica a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Célia Landmann, que faz parte da coordenação científica do levantamento.

No Distrito Federal, segundo a coordenadora da pesquisa do IBGE na capital, Michella Paula Reis, serão visitados 2.340 domicílios. Os moradores responderão ao questionário e 25% das residências (585) terão um indivíduo acima de 18 anos selecionado para fazer a coleta de materiais — o procedimento será o mesmo no restante do país. Michela acredita que as pessoas devem concordar em fazer os exames. “Um teste-piloto que fizemos em 500 domicílios no Brasil teve boa aceitação.”

Especialista em saúde pública, a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Lígia Bahia avalia a pesquisa como positiva. “Outros países, como Chile e Estados Unidos, já têm levantamentos nacionais como esse”, diz. Como os dados serão coletados novamente em cinco anos, Lígia espera que o estudo sirva para uma análise mais apurada da saúde dos brasileiros: “Poderemos avaliar se as ações oficiais têm, se fato, impacto nos problemas de saúde do país”.

Alguns estudos já indicavam dados sobre o perfil de doenças no Brasil, mas, segundo o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, a PNS oferecerá informações mais precisas. “Poderemos ver, efetivamente, o que está acontecendo. Com o exame de sangue, veremos se o nível de colesterol da pessoa está acima do ideal. O de urina servirá para vermos a quantidade de sódio. Saberemos se a pessoa tem hipertensão, diabetes e outras doenças”, explica. Barbosa conta que será possível saber qual percentual da população já teve dengue e traçar estratégias de inclusão da vacina contra a enfermidade, por exemplo.

Segundo Barbosa, o estudo ainda poderá complementar outras iniciativas, como, por exemplo, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). “Em 10 anos, poderemos ver como ficou o percentual de mulheres que fizeram mamografia após políticas do governo para ampliar o acesso ao exame. Veremos o resultado e poderemos questionar, por exemplo, se foi homogêneo no país inteiro.”

Perfil
A ideia da PNS também é ajudar a traçar um perfil nacional de como são atendidos cidadãos como a doméstica Geralda da Silva, 61 anos. “Não sei se as pessoas vão topar fazer exames, mas acho que a pesquisa pode ser uma boa iniciativa”, avalia Geralda, que é diabética e recebe os medicamentos da rede pública.

A funcionária pública Jane Toscano, 63 anos, também acredita que a pesquisa pode ajudar, mas argumenta que só o levantamento não basta. Jane critica o sucateamento das unidades de saúde, a falta de salas de cirurgias e de medicamentos, além das grandes filas nos hospitais públicos. “É importante ter os dados da população, aferir a pressão arterial, mas o que o país precisa mesmo é de melhorias na prática. Não adianta só coletar dados. O serviço é uma tristeza”, diz.

O Ministério da Saúde investirá R$ 21 milhões na pesquisa, sendo R$ 15 milhões destinados à pesquisa e R$ 6 milhões ao Hospital Sírio-Libanês, responsável por coordenar os exames. A instituição selecionou dois laboratórios privados do país para concentrar os trabalhos.

“É importante ter os dados da população, mas o que o país precisa mesmo é de melhorias na prática. Não adianta só coletar dados. O serviço é uma tristeza”
Jane Toscano, 63 anos, funcionária pública

20 mil
Quantidade de pessoas que fornecerão sangue e urina para a pesquisa no país, segundo estimativa do Ministério da Saúde

Fonte: Valor Econômico - 13/08/2013

 

 

 


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