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Notícias

Quilo do pãozinho a R$ 10

Autor(es): ANA CAROLINA DINARDO » VERA BATISTA
 
O pão francês ficou mais caro. Em padarias da capital federal, o quilo do produto está sendo vendido a quase R$ 10. Em um ano, a alta registrada é de 45%. Em alguns casos, o salto, em apenas dois meses, chegou a 18%, ao passar de R$ 7,99 para R$ 9,49. E os analistas preveem novo aumento de preço até setembro, pelo menos. O encarecimento foi puxado pela alta do dólar e, principalmente, pela escassez do trigo, que neste mês subiu 30% em relação a maio, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
 
A aposentada Edicleide Flor, 54 anos, já sente no bolso a alta do pãozinho. Acostumada a pagar R$ 5,49 pelo quilo do alimento, ela levou um susto quando viu a mesma quantidade por 
R$ 7,99. Desde então, as idas diárias à padaria precisaram ser revistas. “Agora, cada um só pode comer um pão. Não pode nem repetir, porque está muito caro”, diz ela, que mora com cinco pessoas.
 
Aperto
Como milhares brasileiros, Edicleide tem apertado o orçamento doméstico diante de tantas mudanças nas tabelas. Outra queixa dela é quanto ao preço cobrado pelo quilo do feijão, que não tem saído por menos de R$ 6. “É assustador. A gente precisa se alimentar, mas, com tudo caro, o dinheiro vai ficando curto. Está realmente difícil”, desabafou.
 
O preço do pãozinho também surpreendeu a dona de casa Marisa de Souza, 57 anos. Ao se deparar com um aumento de  R$ 2,50 em menos de dois meses, ela se viu obrigada a trocar as opções do lanche. “Às vezes, faço tapioca, bolo, cuscuz. Fico dependendo das promoções”, disse. Para driblar as elevações nos preços, ela é outra que passou a ir menos à padaria. “Não tenho mais condições de levar pão para casa todos os dias”, contou ela, que reduziu a compra a três vezes por semana.
 
Gerente de uma padaria em Brasília, Dione Augusto de Borba conta que a produção encareceu, e o repasse aos consumidores teve de ser feito no mês passado. Segundo ele, o preço do saco de 25kg de farinha de trigo passou de R$ 70 para R$ 90 desde abril. “Ainda consegui segurar por um mês. Mas chega uma hora em que você tem de mudar as tabelas”, comentou ele, que não acredita em redução da procura. “No começo, os clientes reclamam um pouco, mas depois continuam comprando.”
 
Fonte: Correio Braziliense - 25/06/2013

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