Interessados em participar do Ciência Sem Fronteiras devem ter, no mínimo, nota 600
Uma mudança na regra para disputar bolsas do Ciência Sem Fronteiras, que ontem abriu novo período de inscrição para graduação sanduíche (parte do curso no exterior) em nove países (Alemanha, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos, Finlândia, Hungria, Japão e Reino Unido), deixou estudantes indignados. Ao acessarem o site do programa do governo federal, eles descobriram que, a partir de agora, para disputar vaga, é preciso ter tirado, no mínimo, nota 600 no Enem, em provas realizadas a partir de 2009.
Desde que o Ciência sem Fronteiras foi criado, em julho de 2011, o Enem era usado como critério de desempate entre candidatos. Muitos potenciais candidatos, que não prestaram o Enem em anos anteriores, estão fora da seleção. A nova exigência foi publicada no site do programa em 24 de maio, três dias antes do encerramento das inscrições do Enem 2013.
Este ano, 7,8 milhões de estudantes se inscreveram no Enem. Em anos anteriores, porém, o exame não era adotado em larga escala em processos seletivos, e muitos estudantes não faziam o exame.
Questionada, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável pelo edital, reconheceu que, para esta chamada do CSF, o Enem 2013 pode não ter efeito prático: quando as notas forem divulgadas, o período de inscrição para seleção já terá sido encerrado. Mas o órgão recomenda o exame para futuras convocações.
Nas redes sociais, estudantes se organizam para tentar mudar o edital. Em nota, o governo federal diz que não abre mão do Enem como critério de seleção, pois o exame é um indicador de qualidade do ensino médio e um instrumento de democratização do acesso ao ensino superior.
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