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Alívio na inflação de serviços

RIO -Dois anos de recessão e desemprego que já atinge 11,8% da força de trabalho brasileira, afetando 12 milhões de pessoas, finalmente abateram os preços dos serviços. O grupo, um dos mais resistentes a cair, por embutir a inflação passada no valor dos produtos, está em 6,88% nos últimos 12 meses. É a primeira vez que ele fica abaixo de 7% desde o início de 2012. A preocupação do Banco Central (BC) com a resistência desses preços em ceder, exposta nos últimos comunicados, deve perder força nos próximos pronunciamentos oficiais da autoridade monetária. E, no início do próximo ano, o BC pode ficar mais ousados no corte de juros, reduzindo a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual a cada reunião, podendo chegar aos 10,5% daqui a um ano. Atualmente, a taxa está em 14% ao ano.

— O Banco Central citava três itens de preocupação: alimentos, serviços e medidas fiscais para balizar sua política. No último comunicado, já tirou alimentação. Os serviços estão caindo, e a PEC (proposta de emenda constitucional) do teto dos gastos está sendo aprovada, o que vai permitir um ajuste mais forte nos juros — afirma o professor da PUC e especialista em inflação Luiz Roberto Cunha, que cita o impacto que a eleição americana pode ter na queda dos juros: — A eleição de Donald Trump trouxe incerteza forte. Se realmente impostos forem cortados, e gastos públicos subirem, causando inflação nos Estados Unidos, a esperada alta de juros lá pode acontecer mais rápido, e isso pode fazer a taxa aqui cair mais lentamente.

Mesmo tendo subido em outubro para 0,47% (em setembro fora de 0,33%), a inflação dos serviços acumulada em um ano cai há três meses. A taxa seguiu o caminho de desaceleração do restante dos preços, que subiram 0,26% em outubro — a menor taxa para o mês em 16 anos.

— Os serviços estão perdendo fôlego — afirmou Eulina Nunes, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, que divulgou ontem o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de base para o sistema de metas de inflação do governo.

 

TAXA PRÓXIMA À INFLAÇÃO EM 2017

 

Maria Andreia Parente, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que a resistência que os serviços vinham apresentando, mesmo com a recessão, foi quebrada a partir de junho. Alimentação fora de casa, cabeleireiro e transporte aéreo começaram a subir cada vez menos:

— Essa queda deve permanecer porque o desemprego elevado vai continuar segurando a demanda e reduzindo os custos com mão de obra.

A economista acredita que, em 2017, a taxa desse grupo se aproxime mais da inflação geral, que, pela estimativa do mercado, deve ser de 4,94% no ano que vem.

O comportamento dos preços difere conforme o grupo de produtos. Enquanto os serviços de comunicação subiram 3,3% em um ano, menos da metade da inflação geral de 7,87%, a educação subiu 8,7% na mesma comparação.

— Podemos ver os preços de educação cederem em fevereiro, quando o aumento das mensalidades para 2017 será captado pelo IBGE. Acredito que os donos de escolas particulares vão aplicar reajustes menores, diante da diminuição de matrículas e fechamento de escolas. O aumento da inadimplência, no entanto, é um risco, pois pode levar os pais adimplentes a pagar pelos que estão com mensalidades em atraso — avaliou Maria Andreia.

Alessandra Ribeiro, economista e sócia da Tendências Consultoria, já vê recuo também na educação. Prevê que, em 2017, a inflação desse serviço feche em 4,2%. O repasse da inflação passada é quase uma tradição nesse setor. Mas, este ano, enquanto a inflação em 12 meses fora de 10,97%, a educação subiu 9,5%:

— Ano que vem, esse comportamento deve se repetir. Esperamos alta de 7,5%.

Alimentação fora de casa também está resistindo. Com alta de 0,75%, foi ela que ajudou a inflação subir de setembro para outubro.

— O setor tem sido bastante resiliente. Há uma desaceleração, mas, em 12 meses, ainda está acima de 8%. O que chama a atenção num cenário difícil, recessivo. Está mais resistente do que se imaginava — ressaltou Alessandra.

Eulina também inclui nesse grupo de preços que estão demorando a mostrar os efeitos da recessão os serviços de laboratório, dentista e médico:

— Nesse grupo, tem a questão do dólar, não é só a demanda.

Maria Andreia, do Ipea, destacou que esses preços são menos afetados pelos ciclos econômicos:

— Mesmo assim, já caíram de 9% ao ano em 2015 para 7% agora.

 

ALUGUEL SUBINDO MENOS

 

A alta de 10,09% das passagens aéreas em outubro, outro componente que fez a inflação de serviços subir, não anulou a queda de 22,9% este ano.

— Além das passagens, aluguéis e condomínio vêm caindo bastante — ressaltou Eulina.

Segundo André Braz, economista da FGV, o aluguel subia 7,96% em 12 meses fechados em outubro do ano passado. Este ano, a taxa baixou para 5,66%. Outro serviço com queda forte foi o salão de beleza. A inflação anual em outubro deste ano foi de 5,75%, é quase a metade da taxa de 2015, quando subira 10,51%.

A empresária Viviane da Cunha Pinheiro, que há seis anos montou o Vivi Coiffeur em Copacabana, evitou aumentar preços. Este ano, apenas repassou o custo maior com xampu e tintura:

— Todos estão sofrendo com a crise. Só repassamos a alta de custos em abril. Estamos dividindo no cartão de crédito em duas, três vezes sem juros e fazendo promoções.

Viviane está investindo em treinamento para manter a clientela com um serviço mais personalizado e em promoções:

— Temos as quartas da beleza que dão descontos de 10% em certos serviços, como escova e manicure.

Braz, da FGV, ressalta, porém, que, no último trimestre, em razão das contratações temporárias e do pagamento do 13º salário, os serviços podem voltar a subir:

— Mas seria um aumento sazonal que não muda a tendência de queda.

O IPCA geral subiu em outubro para 0,26%, depois de ter ficado em 0,08% em setembro, mas ficou abaixo das estimativas do mercado, que esperava inflação de 0,29%. O resultado de outubro é explicado pela alta de 0,75% em transportes. Dois combustíveis ficaram mais caros. A entressafra da cana-de-açúcar fez o preço do litro do etanol subir 6,09%, com reflexos no preço da gasolina, que encareceu 1,22%, já que contém 27% de etanol em sua composição. O novo corte de 3,1% no preço da gasolina anunciado anteontem pela Petrobras — a estatal já baixara os preços no dia 14 — deve, dessa vez, chegar ao consumidor.

— A entressafra da cana está acabando, o que reduzirá a pressão exercida pelo etanol. Com essa nova redução da Petrobras, a inflação de novembro que estimava em 0,4%, pode ser de 0,3% — diz Braz.

 

Fonte Extra de 10/11/2016

 


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