O Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), que usa parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para aplicar em infraestrutura, será reformulado, e até a sua rentabilidade poderá ser alterada. A decisão foi tomada pelo Conselho Curador do FGTS, nesta terça-feira, que também aprovou o relatório de gestão relativo ao ano passado, que registrou um prejuízo de R$ 900 milhões. O relatório será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU). A reformulação será feita a partir de sugestões de um Grupo de Trabalho que funcionará até o fim do ano.
— Pode mudar a rentabilidade. Não estou dizendo que vai. O conselho curador não ficou feliz com a rentabilidade do ano passado. O fundo tem grande potencial para crescer. Vamos discutir uma escala de prioridades entre os setores — afirmou Bolivar Moura Neto, coordenador-geral do FGTS no Ministério do Trabalho.
Segundo o Ministério do Trabalho, as proposições feitas pelo Grupo de Trabalho serão avaliadas e, para serem implementadas, precisam ser aprovadas pelo Conselho Curador. Além de financiar projetos de infraestrutura, o FI-FGTS foi criado para melhorar a rentabilidade do FGTS (de 3% ao ano mais a Taxa Referencial — TR). Pelas regras do fundo, a rentabilidade de referência é de 6% ao ano, mais a TR.
O conselho curador aprovou, sem ressalvas, as contas do ano passado, quando o FI-FGTS fechou com a menor rentabilidade da história, negativa em 3%. Houve impacto após o provisionamento de R$ 1,8 bilhão para cobrir os prejuízos do colapso da Sete Brasil, criada para construir e administrar os navios sondas do pré-sal.
— Queremos redefinir todos os critérios e rever alguns investimentos para deixar o fundo menos concentrado em apenas alguns setores, que estão assoberbados de recursos enquanto falta dinheiro para outros — explicou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
A Caixa Econômica Federal (CEF) é responsável pela gestão do fundo, mas quem autoriza as liberações e os montantes a serem aplicados pelo fundo é o Conselho Curador do FGTS, formado por integrantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores.
Fonte Extra de 31/08/2016