O Espírito Santo registrou uma taxa de 9,1% de desocupação entre outubro e dezembro de 2015, segundo dados divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A taxa é a maior desde o início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua), em 2012. No mesmo período de 2014, a taxa ficou em 6%.
Além da taxa de desocupação, a pesquisa também divulgou dados sobre o nível da ocupação, população ocupada, população desocupada e rendimento médio real de todos os trabalhos. A Pnad Contínua coleta informações em 211 mil domicílios em 3.464 municípios do país.
De acordo com a pesquisa, o número de pessoas desocupadas no Espírito Santo subiu 53,2% entre o último trimestre de 2014 e o mesmo período de 2015. Eram 118 mil pessoas desocupadas e o número foi para 181 mil, o que representa um aumento de 63 mil desempregados no estado, nesta comparação. Nos últimos três meses do ano passado, 1.803.000 de pessoas estavam empregadas, no estado.
Para a técnica de coordenação de trabalho e rendimento do IBGE, Flávia Vinhaes, o Espírito Santo está seguindo a mesma trajetória do resto do país.
“Normalmente, a taxa de desocupação apresenta queda no fim do ano, por conta das contratações temporárias. Mas isso não foi visto em 2015. O mercado de trabalho tem apresentado menos oportunidade para quem está buscando emprego e o cenário está mais complicado no trabalho”, explicou.
Além disso, houve queda de 12,6% na indústria, enquanto o setor de alojamento e alimentação cresceu 17,3%.
A técnica do IBGE explica que os dados podem estar relacionados com a possível migração dos trabalhadores para outras áreas.
“Em todo o Brasil, a indústria dispensou muita mão de obra, e no Espírito Santo não foi diferente. Essas pessoas tentam setores que sejam de mais fácil absorção. É possível que uma parte dispensada na indústria tenha se incorporado em outros setores e talvez um dos setores seja o de alojamento e alimentação”, disse Flávia.
No que se refere ao rendimento das atividades, Flávia destaca a estabilidade dos valores. “Não houve mudanças representativas. Todas mantiveram certa estabilidade, com exceção da agricultura, que teve queda de 13,5% se comparada com o ano anterior”, concluiu.
FONTE:G1 16/03/2016