A vistoria da empresa China Three Gorges no leilão das usinas Jupiá e Ilha Solteira, com o pagamento de R$ 13,8 bilhões de bônus de outorga ao governo, faz parte parte de uma nova onda de investimentos chineses, após três anos de esfriamento.
A nova leva ganhou força depois da visita do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, ao país, em maio, com promessas de investimentos de US$ 53 bilhões.
A injeção mais recente foi a do grupo HNA, que colocou R$ 1,7 bilhões na Azul em troca 23,7% no valor econômico da companhia aérea, avaliada em R$ 7 bilhões.
Mas o caso mais emblemático foram os US$ 7 bilhões prometidos por bancos estatais chineses para financiar a Petrobras.
O investimento foi anunciado em um momento conturbado para a estatal brasileira, envolvida nas investigações da Operação Lava Jato e sem mais o "selo de bom pagador" (grau de investimento) concedido por agências internacionais de avaliação de risco, o que, na prática, torna mais cara a captação de dinheiro no mercado.
Outros exemplos foram o R$ 1 bilhão pago pela State Grid no leilão da linha de transmissão de Belo Monte e os R$ 525 milhões investidos pelo Bank of Communications na compra de 80% do banco BBM.
A retomada do investimento chinês acontece na esteira da visita em maio de Li Keqiang.
Nos três anos anteriores, a investida chinesa no Brasil tinha perdido força e ficou em US$ 790 milhões no ano passado. No auge, em 2010, o gigante asiático investiu US$ 13,9 bilhões, segundo levantamento do especialista americano Derek Scissors.
26/11/2015 - Fonte: Folha de S. Paulo Online