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BC: juros podem subir

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros da economia em 14,25% ao ano pela terceira reunião consecutiva. No entanto, a decisão não foi unânime. Dois diretores - Tony Volpon (Assuntos Internacionais) e Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro) - foram a favor de aumento de 0,50 ponto percentual, o que levaria a Selic para 14,75%. Outros seis, incluindo o presidente da autarquia, Alexandre Tombini, votaram pela manutenção da taxa. É a primeira divisão da autoridade monetária desde outubro de 2014, indicando que os juros poderão subir no início de 2016 se as projeções de inflação do próximo ano continuarem acima do teto de meta, de 6,5% ao ano.

"A falta de consenso no Banco Central é preocupante. Isso mostra claramente que os juros podem aumentar no começo de 2016 diante da piora das expectativas para o próximo ano e para 2017", avaliou Alessandra Ribeiro, economista da consultoria Tendências. Ela lembrou que as projeções para a inflação de 2017, a exemplo do que está acontecendo com as de 2016, estão subindo, o que poderá dificultar a convergência do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o centro da meta, de 4,5%, daqui a dois anos, como vem prometendo o BC.

Crise política

No comunicado divulgado após a reunião, o BC foi lacônico, limitando-se a dizer que "avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu manter a taxa Selic por seis votos a favor e dois votos pela elevação do juro". Foi suprimido do texto o trecho de comunicado anterior, que assinalava o entendimento do BC de que a Selic deveria ser mantida por período suficientemente prolongado para levar a inflação à meta.

Na avaliação de Alessandra, a decisão do Copom mostrou que o colegiado não acredita na tese de que o país vive sob dominância fiscal, situação na qual a alta dos juros, em vez de conter a escalada inflacionária, ajudaria a piorar o quadro, ao elevar ainda mais os custos da dívida pública e aumentar a desconfiança. Para ela, as prisões do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado Federal, e do banqueiro André Esteves do BTG Pactual, ontem, sinalizam que a crise política deve se agravar, o que teria efeito negativo sobre a economia. "Tudo pode piorar em 2016, e os episódios políticos desta quarta-feira contribuem para colocar pressão nos prêmios de risco e no câmbio", destacou.

O economista André Nassif, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Universidade Federal Fluminense, considerou que a falta de consenso do Copom é problemática. Nassif acredita que elevar os juros não teria o efeito esperado pelo BC. "A inflação brasileira não é de demanda, mas, sim, de custos neste ano. O impacto dos juros sobre o deficit nominal das contas do governo é perverso e acaba pressionando a inflação", disse ele, lembrando que a Selic já está em um patamar muito alto. "A falta de consenso é preocupante porque mostra que dois diretores votaram a favor de um aumento da taxa, que é contraproducente no controle da inflação", completou.

No entender do diretor do Grupo de Pesquisas Econômicas para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, no entanto, a divisão do Copom mostra que o BC está cada vez mais desconfortável com a intensidade do processo inflacionário. "O balanço de riscos da inflação tem se deteriorado, e a contribuição da parte fiscal do governo para estabilizar a demanda é cada vez menor e tem atrapalhado a dinâmica do câmbio e das perspectivas de inflação para os próximos anos", comentou. "O BC continua sozinho na batalha para levar a inflação para a meta, e, por isso, talvez tenha que aumentar os juros", concluiu.

Na avaliação do economista-chefe para mercados emergentes da consultoria britânica Capital Economics, Neil Sheraing, o BC brasileiro mandou um sinal "hawkish" (agressivo) ao mercado. "Ficou muito claro que a alta da inflação para 9,9% no mês passado quebrou o consenso do Banco Central e reacendeu o debate sobre a necessidade de um aperto monetário maior", avaliou.

O economista-chefe da INVX Capital Asset, Eduardo Velho, não demonstrou surpresa com a decisão do Copom, apesar da falta de unanimidade. "O mercado estava apostando na manutenção da Selic. A inflação está muito mais carregada pelo custo da oferta do que pela demanda. Essa divergência por dois votos também não surpreendeu, mas sinaliza um risco, sim, de que os juros podem voltar a subir no ano que vem se houver um descolamento muito grande nas projeções de inflação para 2017", disse.

Recessão
O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do Banco Central, destacou que o órgão não tem saída a não ser manter a taxa de juros no atual patamar, mas precisa ser mais claro em seus comunicados. "O BC precisa mostrar que não há como elevar os juros com a economia em recessão e que, eventualmente, no ano que vem, eles podem cair", afirmou.

Na avaliação do Freitas Gomes, a autarquia não pode continuar sinalizando que perseguirá a meta de 4,5% mesmo em 2017, porque isso não deverá ocorrer tão cedo. Segundo ele, não adianta aumentar os juros, porque o efeito no controle da carestia será mínimo ou nulo. "A inflação agora não é o maior problema, e sim a recessão e o quanto ela vai durar. O BC precisa mudar a liturgia senão o mercado vai continuar puxando os juros futuros para cima", disse.

Escalada
Em julho, o Copom interrompeu o ciclo de alta da Selic que havia sido retomado em outubro de 2014, logo após as eleições presidenciais. Naquele mês, o órgão elevou os juros de 11% para 11,25% ao ano e só parou de aumentá-los quando chegaram a 14,25% anuais, uma das maiores taxas nominais do mundo, de acordo com os especialistas.

26/11/2015 - Fonte:  Correio Braziliense - Edição Digital


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