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Banco deixa era de lucros expressivos para trás

Já se passaram mais de sete anos desde o ápice da crise financeira, mas a série de notícias desastrosas para o setor bancário nas últimas semanas trouxe de volta más recordações. Alertas de lucros, demissões em massa, queda nos preços das ações e aumentos de capital defensivos estão ocorrendo em abundância.

Com os abalos secundários de 2008 ainda afetando a economia mundial - e os bancos centrais dos Estados Unidos e Reino Unido evitando políticas monetárias acomodatícias demais -, os bancos, anteriormente vistos como o motor do crescimento, estão sob pressão de todos os lados. A regulamentação está ficando mais dura, concorrentes estão "roubando" negócios e muitos bancos estão encolhendo rapidamente. Estará o setor bancário em um declínio terminal?

Certamente ele passa por turbulência. Abalada pelos mercados difíceis e a onerosa regulação pós-crise, a lucratividade dos bancos vem sendo duramente comprimida. Hoje, até mesmo o J.P. Morgan Chase, o mais lucrativo de Wall Street no desempenho recente, gera uma rentabilidade patrimonial de apenas 12%. Antes da crise, a média do setor era de 25-30%.

Uma década atrás, os investidores teriam criticado duramente o executivo-chefe do J.P. Morgan, Jamie Dimon, por um retorno tão fraco. O Goldman Sachs, outro dos bancos que prosperou em relação aos concorrentes, teve uma queda de 40% no lucro líquido do terceiro trimestre. O retorno sobre o patrimônio do Goldman está agora em apenas 7%.

Há três escolas simplistas de pensamento tentando explicar o que está acontecendo. A primeira tese é de que o setor passa apenas por um soluço induzido pela regulação excessiva; a segunda diz que se trata apenas de um retorno ao normal, após o boom excepcional registrado antes da crise; a terceira tese sugere que o setor bancário está morrendo lentamente.

Muitos banqueiros veem evidências da primeira teoria na Europa, onde políticos e autoridades reguladoras recentemente sinalizaram uma disposição em relaxar certas regras novas, como por exemplo a "separação" obrigatória das atividades de banco de varejo das de banco de investimentos (mais arriscadas) no Reino Unido. "Uma das coisas que os planejadores econômicos europeus têm feito, e que é bastante prejudicial à infraestrutura, é conter os bancos de investimentos europeus", diz Colm Kelleher, diretor da área de banco de investimentos do Morgan Stanley.

Outros banqueiros estão com o segundo argumento - de que estamos experimentando um saudável retorno à normalidade. Sergio Ermoti, executivo-chefe do UBS, diz: "Quando olhamos para a metade da década de 90 e para os últimos 15 anos, vemos que muitos bancos adotaram a estratégia do eu também, tentando ser tudo para todos, mudando seu DNA, fazendo coisas para as quais não estavam equipados. Essa foi a anomalia".

O UBS provavelmente foi mais longe, e mais rapidamente, do que qualquer outro bancos ao se concentrar nos pontos em que é forte e descartar negócios que não são mais economicamente viáveis, eliminando metade de seus ativos e 25% de seus funcionários desde 2007.

"O modelo bancário está mais para como se tivéssemos o relógio de volta para o começo da década de 90", concorda Philipp Hildebrand, ex-presidente do Swiss National Bank, hoje executivo sênior da BlackRock. "Quando os livros de história forem escritos, a aberração não será a crise financeira, e sim os 15 anos antes de 2007."

A terceira e mais extrema tese sobre os problemas do setor - a de que grande parte dele está agora em um declínio terminal - é defendida por aqueles que desafiam as maneiras tradicionais de atuação dos bancos. Instituições peer-to-peer (P2P) ou emprestadores de mercado - plataformas on-line que colocam bancos em contato com tomadores - fazem parte das várias fraternidades iniciantes que acreditam poder assumir gradualmente muitas das funções de longa data do setor bancário.

"Está claro que os bancos estão sendo atacados em muitas frentes", diz Renaud Laplanche, executivo-chefe da maior plataforma P2P do mundo, o L ending Club de San Francisco. "No crédito, há os empréstimos baseados no mercado. Nos pagamentos, o PayPal é dominante. Na gestão de ativos, temos todos esses consultores robôs. Há uma enorme ameaça competitiva das companhias de tecnologia." A principal vantagem que os novos desafiantes têm, segundo Laplanche, é clara: eles estão livres dos sistemas velhos e caros, e também das novas despesas regulatórias. "Nosso custo operacional é de 2% dos ativos, em comparação a 7% de um banco típico", diz ele.

Como resultado, os negócios entre esses desafiantes estão aquecidos. Giles Andrews, que comanda a mais antiga operação P2P do mundo, a Zopa do Reino Unido, diz que os volumes de empréstimos estão dobrando a cada ano, com grande parte desses negócios roubados dos bancos e das companhias de cartões de crédito. "Na área de crédito ao consumidor", diz ele, "temos a chance real de conseguir de 20% a 30% do mercado em cerca de cinco anos."

Muitas outras atividades bancárias tradicionais também estão sob ataque. O lado da consultoria da atividade de banco de investimento deu uma aquecida recentemente, mas mesmo aqui há desafiadores, na medida em que butiques de investimento pouco reguladas abocanham uma parcela cada vez maior dos negócios de fusões e aquisições. Segundo a Dealogic, as pequenas butiques independentes responderam por 16% dos negócios de fusões e aquisições realizados em 2014, o dobro de 2008.

Ao mesmo tempo, os pregões de negociação dos bancos - alguns com o tamanho de um campo de futebol - estão operando bem abaixo de suas capacidades. Milhares de operadores foram demitidos depois que a regulamentação os impediu de realizar negócios com carteira própria, e outras operações especiais que exigem muito capital. Os melhores encontraram emprego nos fundos de hedge. Muitos outros descobriam que suas habilidades de nicho estão obsoletas.

Os operadores, em particular os especialistas em derivativos exóticos, foram apontados como responsáveis por desencadear a crise financeira. A crescente aversão a eles está refletida na nova liderança dos maiores bancos do mundo.

Depois da crise financeira, os presidentes de nove bancos globais - UBS, Credit Suisse, Deutsche Bank, Barclays, Royal Bank of Scotland (RBS), Morgan Stanley, Citigroup, Goldman Sachs e HSBC - eram operadores.

Agora, restam apenas Lloyd Blankfein, do Goldman Sachs, e Stuart Gulliver, do HSBC. Os bancos de varejo e comerciais mais prosaicos estão agora na moda. Um grupo, o Credit Suisse, chegou até mesmo a tomar a decisão pouco comum de buscar seu executivo-chefe fora do setor bancário. Tidjane Thiam, é um ex-consultor da McKinsey e executivo do setor de seguros.

Se os mais altos escalões dos bancos estão mudando rapidamente, isso não é nada comparado à revolução na base. Outrora a preferida de quase um em cada cinco MBAs, a carreira no setor bancário perdeu popularidade para os setores de tecnologia a consultoria, com menos de um em cada dez optando pelo setor bancário.

"As pessoas talentosas não querem mais ser banqueiros", diz o presidente de um grande banco de investimentos. "A qualidade das pessoas caiu. Todos os bons estão indo para as butiques de investimentos, para instituições financeiras não bancárias, para empresas de tecnologia. Há uma fuga de talentos e uma falta de inovação."

Dados compilados pela SNL Financial mostram que em 28 economias ocidentais o número de funcionários dos bancos caiu 5,5% entre 2010 e o fim do ano passado.

Além da imagem do setor estar sendo atacada por concorrentes que surgiram do nada, por um lado, e pelas autoridades reguladoras do outro, o apelo do setor financeiro também perdeu força.

Segundo a PwC, os funcionários dos bancos de investimentos ganharam em média menos de 200 mil libras no ano passado. Isso ainda é quatro vezes mais que a média de empregos equivalente nos setores financeiro, industrial e de consumo, mas o nível encolheu um quinto desde 2010, enquanto a remuneração em outras profissões permaneceu estável.

Muitas das tendências verificadas no setor bancários se aplicam globalmente, mas o problema claramente é maior na Europa.

No âmbito mundial, os ativos bancários totais continuam crescendo - 10% nos quatro anos até o fim de 2014, segundo dados de 164 países examinados pela SNL Financial e conferidos pelo "Financial Times". Mas enquanto países como China e Estados Unidos continuam ampliando o tamanho de seus setores bancários em termos absolutos e em relação ao PIB, praticamente todos os países da Europa viram seus bancos encolher significativamente.

Até o terceiro trimestre, os volumes de empréstimos corporativos na zona do euro haviam caído todos os meses (ano sobre ano) por mais de três anos, segundo dado do Banco Central Europeu (BCE). Essas tendências reduziram o tamanho do sistema bancário global em relação ao PIB, que hoje é um múltiplo de 1,78 vez, em comparação a 1,89 no fim de 2010.

O problema para os planejadores econômicos é que enquanto isso não for compensado por alternativas aos bancos, haverá dificuldades para o crescimento econômico, especialmente na Europa.

 

11/11/2015 - Fonte: GS NEWS 


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