A inadimplência em cheques subiu 2,21% em setembro, o maior patamar já registrado para o mês desde o início da série histórica da Serasa Experian, empresa de análise de informações de crédito.
A informação foi divulgada ontem. O número de cheques devolvidos em setembro somou 1,213 milhão de um total de 54,8 milhões compensados. O número é 2% mais alto que o volume de cheques sem fundos registrados em setembro do ano passado e cerca de 4% maior que devoluções apuradas em agosto.
No acumulado de janeiro a setembro, a taxa de devolução de cheques foi de 2,19%, segundo maior percentual para o período da série histórica iniciada em 1991. A maior taxa ocorreu em 2009, com 2,22%, enquanto em 2014 o índice havia registrado 2,07%.
"O agravamento da situação econômica do país com o aprofundamento da recessão, elevação das taxas de desemprego, inflação e juros está levando a inadimplência com cheques a bater recordes históricos este ano", afirmaram economistas da Serasa em comunicado à imprensa.
Já a inadimplência das empresas brasileiras avançou 16,1% em agosto contra igual mês do ano passado, reflexo do aprofundamento da recessão, associado aos juros e dólar mais altos, informou a Serasa.
De janeiro a agosto, o índice de inadimplência das empresas da Serasa acumula alta de 13,3%, maior nível desde 2012, quando subiu 14,3%, durante o mesmo período.
O valor médio dos títulos protestados cresceu 15,4% no acumulado do ano, ao passo que os cheques sem fundos registraram alta de 6,8%.
"O aprofundamento da recessão econômica e as escaladas das taxas de juros e do dólar estão impactando negativamente a geração de caixa e a capacidade de pagamento das empresas, impondo sérias dificuldades à quitação de seus compromissos financeiros neste ano de 2015", disse a Serasa em comunicado.
Mensal
Já na comparação de agosto com julho, a inadimplência recuou 5,7%, influenciada pela queda de 13,4% dos cheques sem fundo e baixa de 2% nos protestos registrados.
Por causa da metodologia da Serasa Experian, apenas os cheques devolvidos pela segunda vez por falta de fundos entram na conta. /Reuters
22/10/2015 - Fonte: DCI