DIRETORIA – GESTÃO 2023-2025

clique aqui para acessar

 

DIRETORIA – GESTÃO 2022-2026

clique aqui para acessar

 
 
 
 
 

Notícias

Prévia do IPCA traz repasses moderados em bens de consumo

Apesar de elevada, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) continua trazendo sinais de contenção de repasse em alguns bens de consumo, o que também ocorreu com a gasolina. De janeiro a outubro, para um IPCA-15 de 8,49%, aparelhos eletrônicos acumulam alta de 0,95%, televisores, de 0,42%, vestuário, 2,83% e calçados, 2,3%. Uma exceção são os automóveis novos, que sobem 5,84% no período, apesar da forte queda nas vendas.

Na passagem mensal, a prévia da inflação oficial ficou bem próxima ao esperado pelos analistas e avançou de 0,39% em setembro para 0,66% em outubro, maior índice para o mês desde 2002. Naquele ano, o IPCA-15 subiu 0,90% no período. O resultado confirmou o cenário de piora das pressões inflacionárias nos últimos meses do ano, assim como as projeções para a inflação oficial deste mês ao redor de 0,80%.

O maior impacto sobre o índice veio do botijão de gás, que, em função do reajuste de 15% nas refinarias a partir de 1º de setembro, aumentou 10,22% e adicionou 0,11 ponto percentual à inflação. Outra influência de alta vinda dos administrados foram os combustíveis, pressionados pela entressafra da cana-de-açúcar e pela correção de 6% da gasolina nas refinarias, em vigor desde o fim do mês passado. No mês, etanol e gasolina avançaram 4,8% e 1,7%, respectivamente.

Com o encarecimento da gasolina e do gás de cozinha, a inflação de itens administrados passou de 0,57% em setembro para 1,13% neste mês. Nos 12 meses encerrados em outubro, a alta desse conjunto de preços chega a 16,91%, bem acima da inflação total, de 9,77%. A despeito da inflação mensal maior, a gasolina mostra uma alta mais moderada que nos três reajustes anteriores. Nos primeiros 15 dias após o reajuste de 6% feito em 30 de setembro, a gasolina ao consumidor subiu 1,7%. O Haitong, por exemplo, esperava alta de 2,2% nesse item.

Nas correções antecedentes feitas em fim de mês, o repasse inicial no preço da gasolina foi mais intenso. Em 29 de janeiro de 2013, o combustível aumentou 6,6% na refinaria e subiu 1,96% para o consumidor 15 dias depois. No fim de novembro de 2013, aumentou 4% na refinaria e no IPCA-15 de dezembro já havia avançado 2,15% nas bombas. No outro reajuste, de 3%, anunciado em 6 de novembro de 2014, o IPCA cheio do mês (21 dias de vigência) trouxe aumento de 1,99% para o consumidor.

O economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, observa ainda que o repasse da desvalorização do câmbio aos preços parece estar ocorrendo de forma "diferente", mais indireta. Como exemplo, Leal nota que alguns itens, cuja trajetória é afetada pela variação do dólar, estão em queda, como aparelhos eletrônicos, que recuaram 0,61% na prévia da inflação deste mês.

Outros preços que vinham subindo bastante nos meses anteriores também caíram na medição atual, como maquiagem (-0,98%) e perfume (-1,12%). "A questão da demanda e do crédito parece estar pesando mais sobre alguns itens que poderiam apresentar um repasse maior da desvalorização do que os custos oriundos delas", diz.

Para Flávio Serrano, economista-sênior do Haitong, os combustíveis podem subir menos do que o esperado no fim do mês, levando em conta o reajuste mais fraco observado no IPCA-15. Serrano estima alta de 11% para o etanol no indicador fechado de outubro, que também deve trazer aumento de 5% da gasolina.

Por outro lado, ele pondera que o dado divulgado ontem não melhora a perspectiva para esses preços no último trimestre, uma vez que, devido à entressafra, o etanol está subindo 20% nas usinas. Como a gasolina tem 27% de álcool anidro em sua composição, essa pressão também eleva os preços do combustível fóssil. Em seus cálculos, cada 10% de alta do etanol gera 0,7% de correção da gasolina nas bombas.

Há ainda, a possibilidade de que o governo eleve a Cide sobre a gasolina para compensar a não aprovação da CPMF. Nesse caso, o IPCA de dezembro poderia superar 1%, estima Serrano, e certamente ultrapassaria 10% em 2015. Sem o aumento desse tributo, a expectativa é que a inflação oficial encerre 2015 em 9,7%.

Thiago Curado, da 4E Consultoria, já embute nova recomposição da Cide em sua estimativa de aumento de 10,2% para o IPCA deste ano. Caso a sua projeção de alta mensal de 0,75% para o indicador em outubro - baseada no avanço adicional de alimentos e transportes - seja confirmada, a inflação acumulada em 12 meses chegará a 9,85%. "O IPCA-15 aponta uma perspectiva desfavorável para a inflação", diz.

Isso porque, mesmo em meio à recessão econômica que se aprofunda, os serviços continuam mostrando resistência. Excluindo as passagens aéreas, que têm trajetória bastante volátil, Curado calcula que o conjunto que reúne preços como aluguel, cabeleireiro e empregada doméstica subiu de 0,43% para 0,59% dentro do IPCA-15. Em 12 meses, a alta dos serviços nessa medida está em 8,52% até outubro.

Curado também destaca o comportamento dos núcleos de inflação. Na passagem mensal, a média das três medidas mais usadas para eliminar ou reduzir o impacto de itens voláteis sobre o IPCA acelerou de 0,53% para 0,64%, o que, para ele, indica que a inflação deve seguir pressionada no médio prazo.

Para os economistas ouvidos, o repasse da depreciação cambial, a sazonalidade mais desfavorável dos alimentos e a aceleração dos combustíveis devem levar a um aumento médio de cerca de 0,70% de outubro a dezembro, sem considerar nessa conta a Cide. Em igual período do ano passado, a inflação mensal média foi de 0,57% no mesmo período.

22/10/2015 - Fonte:  Valor Online


•  Voltar as Notícias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia
Av. Presidente Vargas, 583 - Sala 220
CEP: 20071-003 - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Fone: (21) 2220-4358 - E-mail: fedcont@fedcont.org.br
Funcionamento: Seg à Sex de 09h às 17h
Filiado a