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Bens de consumo estão mais caros, mas perdem da inflação

A produção e as vendas de bens de consumo final como bebidas, alimentos, roupa, calçados e automóveis vêm caindo, mas os preços mostram trajetória oposta. À primeira vista, isso não faz sentido, ainda mais quando o poder de compra do consumidor está encolhendo.

Um olhar mais atento, porém, percebe que os preços da maioria desses produtos estão sendo reajustados abaixo da inflação.

Com exceção dos alimentos. A comida consumida fora de casa acumula alta de preços de 10,21%, em 12 meses até setembro. E os alimentos comprados nos supermercados, para se comer em casa, sobem quase 10% - acima da inflação de 9,5%, medida pelo IPCA, do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os preços de bebidas, automóveis, vestuário e calçados sobem, mas todos perdem da inflação (ver gráficos). Produtos de limpeza doméstica e de higiene pessoal também estão mais caros, com alta de pouco mais de 7%, mas não conseguem bater o IPCA.

E há casos de recuo de preços em termos absolutos - aparelhos de TV e som mostram queda de 1,2%, em 12 meses até setembro. Celulares e tablets caem mais ainda: 5,3%.

Renato da Fonseca, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) faz uma leitura dura, nada otimista da conjuntura e que ajuda a entender a estratégia de boa parte das empresas.

"Primeiro, a indústria deu férias coletivas. Mas a demanda não veio". Depois disso, os fabricantes partem para fechar parte da produção e demitir, pois, os estoques continuam altos. "E é exatamente isso que está acontecendo", diz Fonseca.

A estratégia empregada por boa parte do setor de bens de consumo final não é reduzir preços para estimular o consumidor a gastar mais. A indústria tem cortado a produção e demitido pessoal, à espera de dias melhores.

O câmbio tem até ajudado algumas empresas a começar ou voltar a exportar, mas o volume vendido lá fora não compensa o faturamento perdido no mercado doméstico.

O uso da capacidade instalada na indústria, medido pela CNI, bate em 77,9% em agosto - o patamar mais baixo desde janeiro de 2003, quando este indicador começou a ser calculado. O número de horas trabalhadas cai 9,2% de janeiro a agosto deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

Do lado do consumidor, o que se vê é o poder de compra encolhendo. A renda média do trabalhador acumula queda de 3,5% nos últimos 12 meses, até julho. Mas se tomamos dezembro do ano passado como base, o tombo é bem maior, de 22,8%.

"O poder de compra perde para a inflação. Por isso a sensação é que tudo está caro mesmo", diz Fonseca, da CNI.

Ele prevê uma queda da renda maior ainda nos próximos meses pois haverá mais demissões. "As perspectivas são ruins para este semestre", diz Fonseca.

Dados divulgados na sexta-feira, pelo IBGE, mostram que o emprego em todos os setores da indústria encolheu em agosto, em relação a agosto do ano passado. No setor de vestuário, por exemplo, a queda é de 5,7%. E no de máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicação, 14,4%.

Aloisio Campelo, economista da FGV/Rio, diz que a demanda muito fraca deve continuar. Assim como Fonseca, ele observa que os fabricantes de bens de consumo não têm mesmo conseguido reajustar os preços acima da inflação. "No segmento de bens duráveis, o que temos visto é que eles perdem para a inflação", diz Campelo.

Heron do Carmo, economista da FEA/USP, que estuda o comportamento de centenas de itens que compõe o IPCA, observa que "as famílias estão estocadas" e não vão, numa crise como esta, continuar comprando como nos últimos anos, de maior bonança. "A família trocava de carro a cada três anos, mas isso não acontece agora. O guarda-roupa, um para cada membro da família, também está cheio de roupa. E sapatos, o brasileiro também acostumou-se a ter muitos pares. Agora, vão dar uma parada".

Estudo que Carmo faz dos cerca de 500 itens que compõem o IPCA mostra que neste ano o "núcleo" do índice - desconsidera bens não-industrializados, serviços de utilidade pública e taxas (como IPTU) - sobe 7,32% nos últimos 12 meses, até setembro. Isso significa que os produtos que dependem do mercado, do bolso do consumidor, estão mais perto do teto da meta da inflação, de 6,5%, do que o IPCA cheio, que não dá sinais de arrefecimento.

19/10/2015 - Fonte:  Valor Online


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