O dólar voltou a perder força ante o real e fechou em baixa de 1,04% ontem, cotado a R$ 3,902 no mercado à vista, menor cotação desde 17 de setembro de 2015. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (o Ibovespa) terminou em alta de 1,20%, aos 47.598,06 pontos.
A combinação entre o noticiário político escasso e o bom desempenho dos mercados internacionais contribuiu para a desvalorização da moeda norte-americana, embora os investidores permaneçam cautelosos com o cenário.
Na última sexta-feira, o anúncio da reforma ministerial - que ampliou os poderes do PMBD no governo - e das medidas de contenção de gastos do governo acabou sendo bem recebido no mercado e levou o dólar à vista a uma queda de 1,18%. Com o cenário internacional com influência positiva, o mercado deu continuidade ontem ao movimento de sexta-feira.
As bolsas europeias e norte-americanas operaram em forte alta ontem, apoiadas na expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manterá a taxa básica de juros próxima de zero até 2016. Ao mesmo tempo, os investidores internacionais esperam mais estímulos econômicos na Europa e na China, o que impulsionou os ativos nesses mercados.
O ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou que, após a reforma ministerial, o Brasil tem condições de "focar em trazer a estabilidade fiscal". "Cada veto que é mantido é um imposto a menos que temos que pagar e um passo a frente em a gente voltar a crescer", afirmou Levy, após participar de seminário da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Levy disse ainda que a CPMF tem mostrado papel importante no processo de ajuste fiscal, mas o tributo deve ser provisório. A declaração contraria o ministro da Saúde, Marcelo Castro, que na sexta-feira, defendeu que o tributo fosse permanente e incidisse sobre operações tanto de débito quanto de crédito.
No mercado acionário, o Ibovespa acumulou valorização de 5,63% no mês e, no ano, perda de 4,82%. O giro financeiro na Bolsa de Valores totalizou R$ 5,715 bilhões ontem. Petrobras ON, 2,73%, PN, 0,64%. Vale, ajudada por China, subiu 1,80% na ON e 1,59% na PNA.
No destaque de ontem, CSN ON avançou 8,20%, foi a segunda maior alta do Ibovespa, e Gerdau PN teve alta de 5,30%, ficou na quarta colocação, seguida por Usiminas PN (+4,43%) e Metalúrgica Gerdau PN (+4,32%). O Dow Jones fechou em alta de 1,85%, aos 16.776,43 pontos, o S&P, de 1,83%, aos 1.987,05 pontos, e o Nasdaq de 1,56%, aos 4 781,26 pontos. /Estadão Conteúdo
06/10/2015 - Fonte: DCI