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País recua 9 posições e fica em 70º em índice global de inovação

O Brasil caiu nove posições no Global Innovation Index, ranking que mede a capacidade de inovação das economias. Está em 70º, 28 degraus atrás do Chile, primeiro país latino a aparecer no ranking elaborado anualmente pela Cornell University, Insead e Organização Mundial de Propriedade Industrial, a partir de pesquisas realizadas em 141 países.

O resultado poderia ser pior, se não fosse a produção acadêmica e a capacidade do país de assimilar novas tecnologias e inovações - fator que se reflete no pagamento de licenças e royalties, o que, na prática, é fragilidade.

O Brasil não conseguiu ser bem-sucedido como o Paraguai no registro de novas marcas, ou como o Uruguai, na participação on-line. Também não teve um caso de destaque, como o das microfinanças, na Bolívia, ou a facilitação do crédito, como na Colômbia, exemplos destacados no estudo.

Na avaliação do editor do Global Innovation Index, Soumitra Dutta, falta confiança ao brasileiro no processo de transformar ideias em negócios. O ambiente de negócios não favorece, faltam políticas de incentivo de longo prazo e o país tem dificuldade em se integrar a cadeias globais, como no setor de software.

"O governo precisa perceber que é possível aumentar o investimento em P&D, enquanto implementa programas sociais. Não há nada de contraditório nisso", afirma Dutta, especialista no impacto das novas tecnologias no mundo dos negócios. Dutta estará hoje na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para o lançamento da edição para América Latina do estudo. Segundo ele, a inovação é o que transforma a realidade e para chegar até ela, é preciso questionar o "status quo". A seguir, os principais trechos da entrevista:

Valor: O que impede o Brasil de ser mais inovador?

Soumitra Dutta: O Brasil tem uma rica história de inovação em termos tecnológicos e culturais e mostra força na capacidade de reconhecer, assimilar e aplicar novas informações. É o 21º país no ranking de absorção de conhecimento do Índice Global Innovation 2015, o 30º em pagamento de royalties e licenças, e também está bem posicionado nas importações de alta tecnologia. Mas o ambiente de negócios no Brasil pode ser melhorado, o que inclui a facilidade de começar um negócio. Indivíduos e empresas precisam estar confiantes no processo de transformar uma ideia em um negócio. E o governo precisa perceber que é possível aumentar o investimento do setor privado em P&D, enquanto implementa programas sociais. Não há nada de contraditório entre os dois.

Valor: O que países como o Chile, que está quase 30 posições à frente do Brasil, fizeram que o Brasil também poderia fazer?

Dutta: O Chile encorajou empresários de todo o mundo a criar uma rede local dentro das fronteiras do país, fornecendo capital para investimento livre em startups. A iniciativa ajudou a promover um ambiente que é atraente com a oportunidade e networking. O ambiente de negócios no Chile está classificado globalmente na 54ª posição, mas o fluxo de entrada e saída líquida de investimento direto está entre os 20 principais do mundo.

Valor: O que o Brasil precisa fazer para ser mais inovador?

Dutta: Primeiro, precisa investir em capital humano. As universidades precisam de mais investimentos, não apenas para o desenvolvimento de talentos locais, mas também para atrair talentos estrangeiros. Segundo, precisa tornar a vida mais simples para as empresas. Os líderes de negócios são empreendedores, mas o governo precisa capacitá-los para assumirem projetos mais ousados. Rankings globais mostram que o ambiente de negócios pode ser melhorado, o que inclui esforços para reduzir a corrupção, que torna a vida mais difícil e imprevisível para as empresas brasileiras. Terceiro, fornecer incentivos para o setor privado investir em P&D. Em termos de número de joint ventures - ofertas de aliança estratégica em que as empresas locais foram envolvidas -, o Brasil fica atrás de Chile e Colômbia.

Valor: Por que os resultados do Brasil na área acadêmica não se refletem em negócios inovadores?

Dutta: Esses resultados estão intimamente associados à academia e à pesquisa acadêmica. No entanto, mais deve ser feito para melhorar a qualidade das universidades brasileiras. As universidades de pesquisa americanas derivam seus pontos fortes a partir de muitos fatores, mas o mais importante é que são dedicadas à promoção da investigação, competem agressivamente para atrair talentos globais (professores e alunos), têm um nível de independência de ação garantida pela alta presença de ex-alunos em suas estruturas de governança e vínculos muito estreitos com a indústria e com a prática.

Valor: Em que setores o Brasil se destaca em relação a outros países e onde poderia se sair melhor?

Dutta: O Brasil se destaca em importações de alta tecnologia. O sucesso da Embraer está em absorver conhecimento de vários parceiros tecnológicos e inovar continuamente no processo de produção em parceria com forte rede de parceiros globais. A China faz algo semelhante na indústria ferroviária de alta velocidade. Já o setor de software é um exemplo de que o Brasil poderia ter feito mais no estímulo à inovação. Empresas estrangeiras dominaram o setor e as poucas empresas locais nunca ganharam escala e experiência suficientes para competir com sucesso nos mercados globais. A Índia é exemplo de país emergente que tem desenvolvido com sucesso uma indústria de software competitiva em nível mundial.

Valor: Como ser inovador hoje em dia?

Dutta: Por definição, a inovação é disruptiva. Não existe receita para promover a inovação, mas uma característica central é que é preciso questionar o "status quo". O desenvolvimento de uma competência na aplicação da tecnologia para resolver os desafios do Brasil levará a soluções inovadoras, mas inovação leva tempo e exige parceria entre negócios e governo. Os esforços para promover a inovação parecem ser mais bem-sucedidos quando orientados a longo prazo.

Valor: Algumas inovações relatadas no estudo não são exatamente na área de tecnologia da informação. Como o sr. define iniciativas inovadoras na pesquisa?

Dutta: A definição de inovação tem se expandido nos últimos anos. O Manual de Oslo da OCDE define a inovação como a implementação de um produto novo ou significativamente melhorado [bem ou serviço], ou de um processo, um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, organização do local de trabalho ou relações externas. O Global Innovation Index inclui inovação nos setores criativos, como cinema e TV, dimensões culturais, tais como cozinha, e domínios on-line, como blogs. Captura os múltiplos aspectos da nossa economia.

30/09/2015 - Fonte:  Valor Online


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