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Alta de juros nos Estados Unidos pode forçar emergentes a subir suas taxas

Ser o banco central de um mercado emergente durante um ciclo de alta das taxas de juros nos Estados Unidos não deve ser nem um pouco divertido. A experiência dos investidores em mercados emergentes quando os juros americanos sobem varia bastante: trata-se de uma boa notícia se a alta dos juros coincide com uma economia em crescimento, mas uma má notícia se ela destina-se a acabar com especulações.

Desta vez, investidores e bancos centrais parecem estar no mesmo barco miserável. Um novo relatório do Banco de Compensações Internacionais (BIS) expressa dúvidas sobre como os mercados emergentes vão se sair com a alta das taxas de juros nos EUA e também mostra o quanto é pequeno o controle independente que seus planejadores econômicos têm.

Com a elevada dívida pública de mercados emergentes como o Brasil e a China, os últimos meses de volatilidade do mercado e a queda dos preços das commodities revelaram "falhas sísmicas" formadas ao longo de muitos anos, segundo destaca o relatório trimestral do BIS, o banco central dos bancos centrais.

Brasil e China, por exemplo, podem muito bem estar caminhando para uma crise no setor bancário. Ambos têm visto o crescimento do crédito ultrapassar o crescimento econômico. A relação de crédito sobre o PIB da China está agora em 25%, enquanto a do Brasil está em 16%. Colocando isso em perspectiva, dois terços de todas as economias com indicadores do tipo acima de 10% enfrentaram no passado "sérias pressões bancárias" nos três anos seguintes.

Este é o estopim; essa pode ser a matemática: há correlações fortes entre as taxas de juros dos EUA e as dos mercados emergentes, porém mais fortes que o justificado pelas condições econômicas dos dois lados ou outras considerações de risco. Isso se aplica não só às taxas de mercado, mas também às taxas de política monetária estabelecidas pelos BCs.

A implicação: as taxas do mercado e de política monetária dos mercados emergentes foram reprimidas artificialmente pela política do Fed nos últimos anos e poderão ser forçadas a uma reversão.

Os bancos centrais dos mercados emergentes, por exemplo, podem manter os juros baixos quando o Fed está cortando, de modo a não valorizar suas moedas e prejudicar suas exportações. No caminho de volta, tudo envolverá atrair capital, que tem o hábito desagradável de deixar os mercados emergentes quando as condições globais ficam mais apertadas.

Em outras palavras, os bancos centrais dos mercados emergentes poderão facilmente ser forçados a aumentar os juros até níveis escorchantes para acompanhar o ritmo do Fed.

Um relatório de 2014 do Fundo Monetário Internacional (FMI) constatou que a alta dos juros nas economias desenvolvidas pode ser boa para os mercados emergentes desde que seja implementada em reação a um forte crescimento. Ela também traz consigo uma grande intensificação do comércio e dos fluxos de capital, coisas que não estamos experimentando no momento.

Altas dos juros que se antecipam à economia real, por outro lado, são veneno para os mercados emergentes.

Pode valer a pena observar os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de longo prazo, em busca de uma pista sobre que tipo de ciclo será este para os mercados emergentes.

Nos dez períodos desde 1993 em que os rendimentos dos Treasuries de dez anos subiram mais de 100 pontos-base, as ações dos mercados emergentes se saíram extremamente bem, segundo a gestora de fundos Calamos Investments. Durante esses períodos, as ações dos mercados emergentes superaram o desempenho das ações das grandes empresas americanas em sete ocasiões, geralmente por uma grande margem.

Mas com a notável exceção do "surto de redução" das compras de títulos do chamado afrouxamento quantitativo, em 2013, os rendimentos subiram bastante sobre os títulos de dívida de dez anos de prazo porque os investidores esperavam tanto crescimento como um pouco de inflação.

No momento, os rendimentos dos Treasuries de dez anos estão baixos e mostram poucos sinais de que vão aumentar, seja por causa das expectativas com a alta dos juros pelo Fed, seja em reação à volatilidade do mercado.

Portanto, em que tipo de ciclo de alta estamos, se de fato tivermos uma alta das taxas pelo Fed?

Vivemos tempos muito peculiares. O Fed não só está tentando sair de juros que são praticamente zero, como está fazendo isso em um período de fortes correntes cruzadas globais.

A economia dos EUA está indo bem. Não o tipo de desempenho que costumava ter, mas também não se trata de um crescimento ruim o suficiente para justificar juro zero e um balanço de US$ 4 trilhões para o Fed.

Por outro lado, as coisas não só estão difíceis nos mercados emergentes, especialmente na China, como os mercados emergentes cresceram fora de proporção com o crescimento dos EUA nos últimos 20 anos, tornando-os mais influentes.

Portanto, este ciclo de alta poderá ser mais breve e também mais cauteloso do que muitos outros ciclos, motivado não só por um desejo de conter as especulações, como também para abrir espaço para um corte mais tarde.

Para os mercados emergentes, isso poderá representar perdas no curto prazo e a possibilidade menor de um rali depois. (Tradução de Mario Zamarian)

James Saft é colunista da Reuters. As informações contidas neste texto refletem as opiniões do autor e não as da Reuters ou do jornal Valor

21/09/2015 - Fonte:  Valor Online


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