DIRETORIA – GESTÃO 2023-2025

clique aqui para acessar

 

DIRETORIA – GESTÃO 2022-2026

clique aqui para acessar

 
 
 
 
 

Notícias

Balança comercial revela problemas estruturais da economia brasileira

Não há muitas notícias positivas sobre a economia brasileira neste momento. Por isso, a publicação semanal dos resultados do comércio exterior pelo respectivo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC) é um dos poucos alívios nestes tempos de alta tensão política. O superávit da balança comercial está crescendo. Enquanto o início de 2015 ainda foi marcado por importações maiores que as exportações, o saldo do ano demonstra que as vendas de produtos brasileiros superam as compras no exterior em 4,6 bilhões de dólares no final de julho. 

Pode ser sinal de uma possível reversão da balança comercial enfraquecida nos últimos anos. Ao mesmo tempo, esse fato é motivo de preocupação, pois revela deficiências estrurais na competitividade da economia brasileira. Após uma década de superávits estáveis em um cenário de valorização do real frente ao dólar e ao euro, houve um declínio nítido na segunda metade de 2012, do qual o setor exportador até em uma situação cambial e de consumo nos países desenvolvidos muito favorável não se recuperou. Segundo dolarhoje.com.br, as cotações de dólar e euro cotam mais altos do que a qualquer momento durante os últimos 12 anos, com mais de R$3,50 e R$4,00 respectivamente. 

O agronegócio, como motor das exportações, realizou as safras mais bem-sucedidas durante os últimos anos e impulsionou o comércio exterior. Sob este ponto de vista e com uma moeda desvalorizada, os resultados atuais da balança comercial não podem ser considerados satisfatórios. Na teoria econômica, o real fraco deveria proporcionar um crescimento das exportações. Porém, o contrário é por caso neste momento. Comparado ao mesmo período do ano passado, as mercadorias exportadas diminuíram em 15,5% até julho. Somente porque as importações reduziram em 19,5% no mesmo tempo existe um superávit. 

Mesmo com a instabilidade do maior parceiro comercial, a China, e a rápida desvalorização do petróleo causando impactos externos negativos na economia brasileira, o que explica parte desta queda, uma tendência observada durante a década passada de crescimento estável é reconfirmada: sem importações não há exportações no Brasil. O sucesso foi impulsionado pela expansão desproporcional da venda de produtos básicos, como do agronegócio ou petróleo, que depende de importações de meios de produção importados eficientes. Foi assim que a participação destes produtos nas exportações cresceu de 30% para 50% em apenas 10 anos. 

O problema não se encontra no fato de apostar no que o Brasil tem em excesso - seus recursos naturais e espaço agrícola, mas na falta de agregação de valores no País. Em economias desenvolvidas, o setor primário emprega apenas uma pequena parcela da população e depende da automatização do processo produtivo para assegurar a competitividade internacional. Ainda que o setor de serviços no Brasil possa absorver boa parte da população trabalhadora e gerar renda, não é sem uma indústria que acompanha o crescimento do resto da economia que o Brasil conquistará mais riqueza para todos. 

Em termos da balança comercial foi principalmente a estagnação de produtos manufaturados após a crise financeira de 2008 que fez com que o valor agregado pela economia brasileira ficasse limitado. Sem apostar na educação básica, no ensino técnico, nos investimentos diretos e incentivos fiscais para a indústria, o Brasil não apenas verá esta crise se prolongar, mas terá sérios problemas de encontrar um modelo de negócio para o futuro.

28/08/2015 - Fonte:  Diário do Comércio - MG  - Por Thiago Souza Martins 


•  Voltar as Notícias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia
Av. Presidente Vargas, 583 - Sala 220
CEP: 20071-003 - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Fone: (21) 2220-4358 - E-mail: fedcont@fedcont.org.br
Funcionamento: Seg à Sex de 09h às 17h
Filiado a