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Oferta de crédito à indústria não garante manutenção de emprego, dizem analistas

RIO - A oferta de crédito mais barato não é garantia de manutenção de emprego e pode ter efeito negativo no ajuste fiscal. A avaliação é de analistas ouvidos pelo GLOBO sobre a linha de crédito mais barato às empresas via bancos públicos. O governo vai exigir das companhias que usarem os recursos oferecidos pela Caixa Econômica Federal a contrapartida de não demitir. E os especialistas afirmam que essa injeção de recursos é inócua em meio ao quadro recessivo atual do país. Para muitos, foram medidas pontuais como esta, tomadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, que acabaram resultando no atual cenário de desequilíbrio fiscal.

ERROS DO PRIMEIRO MANDATO

O economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto acredita que não adianta melhorar as condições de crédito para alguns setores, já que o contexto geral é de "ajuste". Ele lembra que o cidadão está readequando seu orçamento, cortando despesas, adquirindo menos bens duráveis, como automóveis, e, portanto, há menos demanda por produtos.

- As pessoas estão mais cautelosas para consumir. Portanto, não adianta dar melhores condições de crédito a alguns setores, já que existe restrição na demanda. As pessoas não estão dispostas a comprar. Este não é o caminho para recuperar a competitividade da indústria. Não adianta tomar medidas pontuais, que não vão reverter o contexto negativo da economia - observa o economista.

Neto acredita que a medida poderá segurar empregos apenas temporariamente, já que a desaceleração da economia é forte, e o desemprego tende a crescer. O estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno, afirma que o governo teve "uma recaída" e está repetindo erros do passado. Para ele, o governo se mostra "desesperado" com a queda mais forte da atividade econômica e volta a adotar medidas de estímulo que não foram eficientes no primeiro mandato. Para estrategista, a questão política está se sobrepondo à econômica, pelo menos neste caso.

- O governo está com nível de popularidade baixo e tenta resgatar o apoio do empresariado. É uma tentativa de trazer algum otimismo à economia, mas, como se viu anteriormente, esse tipo de medida não é eficiente a médio prazo - afirma Rostagno, para quem o governo terá de "absorver" esse custo do crédito subsidiado, com impacto negativo no ajuste fiscal.

Na avaliação do professor do Insper Otto Nogami, o governo deveria estimular o investimento da indústria neste momento de recessão, preparando as empresas para a retomada do crescimento. Com isso, reduziria a pressão sobre os preços no médio prazo. Mas, na prática, Brasília preferiu fazer "mais do mesmo", liberando capital de giro para desafogar o setor, com atenção especial ao setor automotivo, como fez no primeiro mandato.

- É uma medida apenas paliativa, que busca um resultado de curto prazo (manutenção do emprego), sem perspectiva de criar condições para um crescimento sustentável da economia. O governo deveria criar um programa que estimulasse o investimento em todos os setores industriais, visando a uma preparação para a retomada do crescimento. Mas preferiu essa medida pontual, cujo resultado vai se esvaindo rapidamente - diz Nogami.

No caso do BB, no qual os recursos utilizados são de mercado, pune-se o investidor minoritário, diz Nogami. Isso porque o banco deverá reduzir seu spread para oferecer crédito mais barato, diminuindo sua lucratividade. No caso da Caixa, alega, a luz amarela acende, já que os recursos usados deverão vir do BNDES e do FAT, afetando o Tesouro em algum momento.

Para o professor da Fundação Getulio Vargas, Ernesto Lozardo, especialista em macroeconomia, a decisão do governo tenta evitar que o país caminhe para uma crise de crédito. Para ele, as empresas estão com muitas dificuldades para obter financiamento em linhas de capital de giro, reduzindo sua atividade e levando a demissões.

- Essa medida, mesmo que de curto prazo, evita que o país caminhe para uma crise de crédito. Certamente os bancos privados não vão reduzir o custo do capital, que está muito elevado. Então, isso tem de ser feito pelos bancos públicos. A diferença de antigamente é que agora se condiciona o empréstimo à manutenção do emprego - afirma Lozardo, reconhecendo, porém, que o crédito mais barato vai onerar os bancos públicos.

20/08/2015 - Fonte:  O Globo


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