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Banco estrangeiro reduz oferta de crédito à empresa brasileira

A disposição dos bancos estrangeiros em oferecer crédito a empresas brasileiras começa a arrefecer, apesar da farta liquidez internacional. De alguns meses para cá, ficou mais difícil encontrar instituições financeiras dispostas a entrar em empréstimos sindicalizados, relatam fontes que atuam no mercado.

"Bancos que não têm presença no Brasil não querem nem olhar as operações agora, diferentemente do que acontecia pouco tempo atrás", afirma um executivo de banco que estrutura esse tipo de financiamento. Além de nomes novos, algumas instituições americanas e japonesas também estariam mais restritivas, segundo fontes de mercado.

Nos empréstimos sindicalizados, os bancos líderes oferecem parte do crédito, mas buscam outras instituições dispostas investir na operação. É essa busca que ficou mais difícil por causa da retração econômica e das incertezas na política, segundo executivos que atuam na área.

Valor apurou que uma operação coordenada pelo Bladex para levantar US$ 125 milhões para a Magnesita Refratários enfrenta dificuldades para encontrar outros investidores. Em julho, a companhia anunciou uma oferta para recomprar bônus com vencimento em 2020, concluída na última quinta. O empréstimo vai ajudar a financiar a recompra. Procurada, a Magnesita não comentou o assunto.

A maior restrição é emblemática porque as empresas costumam recorrer à liquidez das linhas bancárias quando o mercado de emissão de títulos de dívida (bônus) está inacessível ou com condições desfavoráveis. Isso não quer dizer que o mercado de empréstimos esteja fechado, apenas mais seletivo. Enquanto o cenário econômico não melhora, os bancos têm priorizado companhias com um longo histórico de operações e bom perfil de crédito.

A fabricante de papel e celulose Fibria, uma tomadora recorrente de empréstimos sindicalizados, decidiu reabrir uma linha fechada no fim do ano passado, quando captou US$ 500 milhões. O banco ABC Brasil também está no mercado com um financiamento de US$ 200 milhões. Inicialmente, a intenção era obter US$ 150 milhões, mas a instituição decidiu aumentar o volume em razão da boa demanda, segundo uma fonte a par do assunto.

A Adecoagro, que produz cana-de-açúcar e grãos no Brasil, na Argentina e no Uruguai, também está perto de fechar um empréstimo sindicalizado de US$ 100 milhões. Segundo um interlocutor próximo ao assunto, a operação deve ser concluída nos próximos dias e já tem demanda de cerca de US$ 125 milhões.

Há uma busca por ativos de melhor qualidade e menor risco, afirma um executivo de uma instituição europeia. Além do cenário econômico e político, os desdobramentos da Operação Lava-Jato da Polícia Federal também despertam maior atenção.

No fim de julho, a Odebrecht Óleo e Gás obteve US$ 804 milhões de um grupo de bancos para financiar a construção de uma plataforma para a Petrobras no Campo de Libra. Os recursos, porém, já estavam acertados desde antes da prisão do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e se referem a uma operação com riscos limitados ao próprio projeto, segundo dois interlocutores a par do negócio. No geral, empresas envolvidas na investigação têm enfrentado resistência para obter crédito novo.

Os bancos internacionais estão mais cautelosos, mas ainda têm apetite para assumir risco de crédito de companhias brasileiras, segundo o executivo de um banco estrangeiro que trabalha nessas operações. "Empresas que buscam prazos maiores ou taxas mais apertadas podem encontrar alguma dificuldade, mas o mercado não está fechado", afirma. Mesmo com a maior restrição, companhias que costumam acessar o mercado de capitais devem manter o poder de barganha com as instituições financeiras nas linhas de financiamento, segundo esse executivo.

Porém, em alguns casos as taxas já começam a subir de patamar. Até o início deste ano, graças à ampla liquidez disponível nos bancos, o custo dos empréstimos sindicalizados continuava praticamente inalterado, apesar do aumento dos spreads visto nas emissões de bônus.

Outra característica que tem sido vista em operações mais recentes é a menor disposição dos bancos em dar garantia firme às operações, diz um vice-presidente de outra instituição estrangeira.

Em vez disso, os empréstimos têm sido costurados com base no conceito de "melhores esforços". A expressão designa transações em que o banco coordenador tenta levantar a quantia desejada pela empresa tomadora, mas não é obrigado a entregá-la se não houver demanda no mercado. Quando há garantia firme, ao contrário, a instituição tem de completar o valor que não for subscrito pelos investidores.

A mudança de ventos pode interromper o movimento de retomada dos empréstimos sindicalizados que se viu nos dois últimos anos, quando o crédito externo passou a ganhar espaço à medida que as emissões de empréstimos foram ficando mais caras para empresas brasileiras. De acordo com o "Ranking Valor de Captações Externas", os empréstimos sindicalizados totalizaram US$ 19,4 bilhões em 2014, o que representa um aumento de 36,6% em relação ao ano anterior.

Fonte:  Valor Online - 17/08/2015


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