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Mercado vê dívida a 70% do PIB e rebaixamento com nova meta

Apesar de ter desenhado um esforço fiscal crescente até 2018, o governo Dilma Rousseff deve encerrar o segundo mandato com crescimento de mais de dez pontos percentuais da dívida pública, de acordo com avaliações do setor privado. Nesses cálculos, o superávit primário necessário para estabilizar a dívida é de no mínimo 2,5% do PIB, número que não deve ser alcançado nos próximos quatro anos.

Segundo o governo, a poupança para pagamento do serviço da dívida subirá gradativamente, de 0,15% em 2015 para 0,7% no ano que vem e chegará a 2% apenas em 2018. Considerando que o Brasil também deve crescer pouco, dizem economistas, a dívida bruta pode superar 70% do PIB, clara ameaça ao grau de investimento que o país tem desde 2008. O Itaú projeta esse nível para o fim de 2017 (ver análise em Governo tem realismo fiscal e irrealismo no cálculo da trajetória da dívida pública).

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o primário que estabiliza a dívida líquida está hoje em 3,4% do PIB. "Achei muito otimista a visão do governo. No meu cálculo, a dívida bruta chega a 70% do PIB já em 2016 e 72% em 2017". Nas contas apresentadas pela equipe econômica, o endividamento aumentaria de 64,7% neste ano para 66,4% em 2016. Em 2018, voltaria a 65,6%.

Vale afirma que a sensação de derrota do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é visível e que o "DNA" do primeiro mandato continua "profundamente arraigado no segundo mandato", com a ideia de afrouxar o ajuste para ajudar o crescimento.

Analisando os números de atividade, diz Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra, já era visível que o governo não conseguiria chegar perto da meta para este ano, de 1,1% do PIB. Ao estabelecer como objetivo 0,15% e reduzir as metas para 2016 e 2017, porém, houve certa frustração, afirma. A revisão aumentou a probabilidade de que a nota do Brasil venha a ser rebaixada para grau especulativo no ano que vem. "Essa decisão depende do resultado fiscal ano a ano, do crescimento da economia. Hoje, não dá para ficar otimista com esses números". Para ele, a dívida bruta pode alcançar 68,1% em 2016 e 71,1% do PIB em 2018.

Bernardo Fajardo, do Ibre-FGV, acredita que alcançar esse nível seria "uma hecatombe fiscal". Os números apresentados pelo governo, porém, são otimistas, ao embutir redução da conta de juros de 0,75 ponto ao ano entre 2015 e 2018, diz. "É difícil engolir esse resultado", diz Fajardo, que espera alta da dívida para 67% do PIB até 2018.

Em nota, a Fitch disse que vai reavaliar a trajetória futura do superávit primário, do déficit nominal e da dívida bruta após a redução da meta de 2015. Segundo Shelly Shetty, responsável pelos ratings soberanos para América Latina, o curso desses três indicadores seguirá tendo influência sobre a avaliação da nota do Brasil.

Em abril, a agência revisou para negativa a perspectiva da nota do país, atualmente em "BBB", ainda dois degraus acima do nível de investimento especulativo. De acordo com Shelly, a análise naquele momento levava em conta um esforço fiscal maior, mesmo em ambiente de atividade mais fraca.

A Moodys, que esteve no país neste mês, não se posicionou. Relatório recente sobre o Brasil, porém, afirmava que entre os motivos que poderiam levar ao rebaixamento está a tendência de piora dos indicadores fiscais e do endividamento retração de 1% a 2% da economia.

"Perder essa classificação, o selo de bom pagador, tem consequências para investimentos financeiros, mas não é a principal questão a observar. O lado real da economia, principalmente na oferta de investimentos, sofrerá amargamente", diz um economista que já integrou a equipe econômica na gestão petista.

Esse interlocutor, que pede anonimato, lembra que "perder o grau de investimento manda um breve e duro alerta a toda a comunidade global de investidores. Ou seja, o governo precisa pedalar mais para assegurar a recuperação da economia". O economista esclarece que "pedalar" aqui não é recorrer a artimanhas fiscais, mas acelerar reformas e perseguir equilíbrio fiscal para que o Brasil consiga entrar no segundo ciclo que a equipe econômica sinalizou como objetivo de governo desde o fim de 2014. O primeiro ciclo seria o ajuste das contas e o reequilíbrio orçamentário.

Mais otimista, Alexandre Andrade, da GO Associados, avalia que a reação do mercado foi exagerada e que a meta adotada é a possível. "Vejo como sinal positivo o tratamento da questão com a máxima transparência".

Fonte:  Valor Online - Sexta feira, 24 de julho de 2015.


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