O governo brasileiro vai acompanhar com lupa os movimentos dos mercados mundiais hoje para medir até que ponto a vitória do não na Grécia afetará a economia do país. Tanto o Banco Central quanto o Ministério da Fazenda vêm assegurando que o Brasil está mais preparado para choques externos, mas, com a recessão se aprofundando, a inflação nas alturas e a onda de desconfiança em relação ao governo, a ordem é evitar surpresas que tornem o quadro atual ainda mais difícil.
A preocupação com a Grécia é geral. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou a convocação de uma reunião de cúpula para amanhã, em Bruxelas, Bélgica, a fim de discutir com os países da Zona do Euro a situação após o referendo grego. O encontro foi um pedido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e do presidente da França, François Hollande, que marcaram para hoje um encontro em Paris, segundo informações do próprio parlamento alemão e do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, promoverá teleconferência com Tusk, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. Depois de terem feito campanha pelo sim no referendo da Grécia, a intenção dos líderes é apresentar uma avaliação dos resultados amanhã, durante a sessão plenária no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.
A Comissão Europeia informou que respeita o resultado do referendo grego, ressaltando que a vitória do não às imposições dos credores foi inequívoca. Dijsselbloem destacou, porém, que a vitória do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, foi lamentável para o futuro da Grécia. Segundo ele, será inevitável que os gregos adotem medidas difíceis e reformas para assegurar a recuperação da economia. Não vamos esperar as iniciativas das autoridades gregas, afirma Dijsselbloem. A expectativa é de que o Eurogrupo se reúna na terça antes da cúpula da Zona do Euro.
Fonte: Correio Braziliense/ Edição Digital - Segunda feira, 06 de julho de 2015.