Cerca de 18,4 milhões de brasileiros dependem hoje do INSS.
A idade chega para todos e o sonho da maioria dos brasileiros é ter, além de saúde, dinheiro para viver com conforto na velhice. Enquanto seu jogo não é sorteado na loteria, poupar desde cedo continua sendo a única forma de evitar problemas.
No Brasil, 18,4 milhões de pessoas dependem hoje do INSS. Outros 40 milhões contribuem com a Previdência Social para pagar essas aposentadorias. Porém, as perspectivas para o futuro não são otimistas.
O número de idosos está aumentando e o de jovens diminuindo. Esse fenômeno já acontece em diversos países desenvolvidos e é uma tendência. Cria-se um problema: quem vai trabalhar para pagar as aposentadorias nas próximas décadas?
O INSS está em déficit há muitos anos e depende de recursos do Tesouro Nacional. Nenhuma grande reforma foi feita até agora e, se tudo continuar como está, há risco de o sistema previdenciário brasileiro entrar em colapso em um futuro próximo, segundo estudiosos do tema.
Economistas ouvidos pelo R7 consideram que a previdência privada ainda tem um custo alto. Então, para fugir disso tudo, quem está hoje no mercado de trabalho tem uma saída: achar o investimento certo e começar a juntar, mesmo que seja pouco.
Fernando Meibak, economista e autor do livro, O Futuro Irá Chegar!, aponta como melhor investimento títulos do Tesouro Nacional. Na prática, a pessoa irá emprestar dinheiro ao governo. A remuneração varia de acordo com cada título (taxa de juros, inflação, etc.).
— Você pode fazer investimentos de R$ 100 por mês. É acessível. Tem um pouco de dificuldade para fazer um cadastro em uma instituição que opere o Tesouro Direto, mas uma vez feito isso, aí a pessoa pode fazer todas as operações diretamente do computador dela.
A caderneta de poupança continua sendo o meio preferido dos brasileiros, mas tem como ponto negativo o baixo rendimento. Por exemplo, R$ 1.800 investidos em junho de 2014 na poupança renderam até hoje 7,24%: R$ 1.930,48. Porém, a perda com a inflação no mesmo período foi de 8,47%, fazendo com que o dinheiro “encolha” R$ 163,57 nesse período.
Duas opções que estão se tornando mais populares entre os investidores são as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário). A partir de R$ 30 mil é possível aplicar. Mas dá para encontrar opções menores em corretoras de valores. Os bancos usam esse dinheiro para emprestar a produtores rurais, no caso da LCA, e a pessoas que financiam imóveis, no caso da LCI.
A vantagem desse tipo de investimento é que ele é isento de Imposto de Renda. Porém, é preciso ficar atento, porque o prazo de resgate tem que ser cumprido. A rentabilidade pode chegar a 13% ao ano.
No caso dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), os ganhos estão sujeitos a IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e Imposto de Renda. Quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado, menor será a alíquota — começa em 22,5% (180 dias) e termina em 15% (dois anos).
Doutor em desenvolvimento econômico pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e membro de Cofecon (Conselho Federal de Economia), Luciano D’Agostini faz uma importante observação.
— Com a atual situação macroeconômica do Brasil, há uma perda maior em todos os investimentos, por causa da inflação. É preciso comparar a rentabilidade de cada produto financeiro ao longo do tempo e perceber em qual deles a chance de ganho é maior, também levando em conta o risco.
Fonte: R7 - Por: Fernando Mellis - Terça feira, 30 de junho de 2015.