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Estudo não foi principal motivo para deixar de buscar trabalho, sugere IBGE

A decisão de estudar foi menos relevante que o componente demográfico para explicar o aumento da população que decidiu não trabalhar nos últimos anos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) tem perguntado aos entrevistados porque ele está fora do mercado de trabalho e entre 2012 e 2015 o percentual de pessoas que declarou como principal motivo o fato de "estar estudando" se alterou marginalmente, de 19% para 19,9% do total. O motivo que mais cresceu foi o de pessoas que se declararam muito jovens ou muito idosas para trabalhar - aumento de quase 3 pontos percentuais. Para Naercio Aquino de Menezes Filho, professor e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, os dados mostram que os jovens não estão necessariamente parando de trabalhar para estudar e melhorar sua qualificação. "O argumento é que ele é muito jovem, não é pelo estudo", pondera ele. Nos últimos anos, antes da crise atual, levantou-se o debate de que o aumento da renda familiar dos pais permitiu a um número maior de jovens parar de trabalhar para estudar e que esse movimento poderia ter um reflexo positivo para a produtividade, pois esse jovem voltaria ao mercado mais qualificado. Para Menezes Filho, a pesquisa reforça um cenário menos positivo. A renda dos pais, diz ele, pode ter ajudado o jovem que antes estava trabalhando a ficar em casa. "Antes, ele se achava jovem, mas mesmo assim ia trabalhar para ajudar a família. O motivo é a idade, não o estudo", pondera. Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz a coleta da Pnad, explica que a pesquisa deixa o entrevistado responder qual o motivo pelo qual resolveu não trabalhar ou procurar emprego. Assim, alguém que declara "ser muito jovem" como razão, também pode estar estudando. Para ele, os dados da pesquisa mostram que os motivos demográficos são os que mais explicam o aumento recente dessa parcela da população ativa, mas que análises melhores poderão ser feitas no futuro quando o Instituto conseguir liberar os dados que cruzam motivo e idade. Regionalmente, a Pnad mostra que no Sudeste o fato de estudar cresceu mais que a média nacional, passando de 17,8% no primeiro trimestre de 2012 para 19,4% no primeiro trimestre de 2015, enquanto no Norte ele já era mais alto (acima de 25%) e no Sul ele se manteve mais baixo (16,9% em 2015). O técnico em pesquisa e planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Henrique Corseuil, observa que no Sul é mais forte tanto a presença da agricultura familiar como de pequenas empresas familiares, o que permite ao jovem conciliar mais facilmente estudo e trabalho. Para ele, contudo, como a pessoa define seu motivo (estudar ou ser jovem), a falta de cruzamento dos dados de idade e escolaridade impede leitura mais clara dos dados apresentados pela Pnad Continua "A pessoa pode se perceber como jovem e estar estudando. Nesse caso, qual a verdadeira razão [para estar fora do mercado de trabalho]?", pondera. No Sul também chama atenção o menor percentual de pessoas (provavelmente mulheres) que declararam que precisavam ficar em casa para cuidar dos filhos e dos afazeres e por isso não estavam trabalhando ou procurando emprego: 18,5% ante uma média nacional de 23%. Menezes Filho arrisca, num olhar preliminar, que uma explicação pode estar nos arranjos familiares, que são mais fortes e avós ou mesmo creches públicas podem dar o suporte necessário para que as mães trabalhem. Tanto Corseuil como Menezes Filho concordam que o aumento da renda nos últimos anos permitiu que mais pessoas ficassem fora do mercado de trabalho. Da mesma forma, como o aumento da renda já arrefeceu no último ano, isso ajudaria a entender porque entre 2014 e 2015, nenhuma pessoa a mais declarou que o fato de estar estudando era uma razão parar sair do mercado de trabalho. Todo aumento veio dos jovens, idosos ou dos que se declararam incapacitados. A renda, que havia subido 2,5% entre 2012 e 2013 e mais 4% entre 2013 e 2014, estacionou entre 2014 e 2015. A expectativa é que mais pessoas voltem a procurar emprego, independentemente do motivo que as tirou do mercado de trabalho, avalia Corseiul.

Fonte:  Valor Online - Segunda feira, 29 de junho de 2015.


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