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Dólar mais caro afetou resultado de empresas agrícolas no início do ano

O câmbio ditou no primeiro trimestre de 2015 o resultado das três empresas de produção agrícola do país com capital aberto na BM&FBovespa. Para SLC Agrícola e Vanguarda Agro, a valorização do dólar pressionou os resultados, uma vez que inflou as despesas financeiras. Já a BrasilAgro escapou, favorecida, entre outras coisas, por não ter dívidas na moeda americana. "Para nós, a depreciação [do real] é superpositiva: aumenta a receita e não tem impacto no estoque da dívida", disse ao Valor Julio Toledo Piza, CEO da BrasilAgro. Dedicada ao desenvolvimento de terras agrícolas, a BrasilAgro registrou um lucro líquido de R$ 16,12 milhões nos três meses encerrados em 31 de março (correspondente ao terceiro trimestre fiscal da empresa), ante prejuízo líquido de R$ 2,36 milhões no mesmo intervalo do ano passado. A receita líquida, por sua vez, somou R$ 33,73 milhões, recuo de 6,5% frente ao mesmo intervalo de 2014. O lucro da empresa, explicou Piza, derivou de um resultado operacional superior ao do ano passado, com melhoras na produtividade das colheitas, além da redução de despesas administrativas. Já a baixa da receita deveu-se, principalmente, ao menor volume comercializado. "Houve pouca venda feita em março. Nesta safra, nosso plantio no Piauí foi feito mais tarde e a colheita atrasou", contou. Operacionalmente, a Vanguarda também teve notícias positivas - a produtividade da soja em 2014/15 foi a mais elevada que já obteve em Mato Grosso. Mas a empresa, que tem 50% do custo e 84% da dívida em dólar, registrou uma variação cambial negativa de R$ 51,1 milhões nos primeiros três meses de 2015 (dos quais R$ 32,6 milhões sem efeito caixa), o que colaborou para o prejuízo líquido de R$ 1,3 milhão. No mesmo intervalo de 2014, a companhia reportou um lucro líquido de R$ 33,18 milhões. A receita líquida cresceu 21,7% na mesma comparação, para R$ 399 milhões. Cristiano Soares Rodrigues, diretor financeiro e de relações com investidores da Vanguarda, disse que a queda do real frente ao dólar é favorável à companhia, ainda que, no primeiro trimestre, os números da empresa reflitam o impacto negativo dessa desvalorização. Segundo ele, se por um lado a elevação da moeda americana pesou no resultado financeiro do período, por outro tende a ser benéfica para a comercialização das commodities. "Quanto mais alto o dólar, melhor o resultado operacional no segundo, terceiro e quarto trimestres". Como a Vanguarda, a SLC Agrícola (que tem 22% de sua dívida em dólar) sentiu o peso do câmbio sobre suas contas a pagar vinculadas à moeda americana. Mas também espera que essa variação cambial seja compensada pela receita nos próximos trimestres. "Mesmo com a queda nos preços das commodities, nossa expectativa é continuar tendo margens normais, em níveis históricos, ao longo de 2015 e 2016", afirmou o CEO Aurélio Pavinato. A SLC registrou uma margem Ebitda ajustada de 18,4% no primeiro trimestre, 12 pontos percentuais abaixo do mesmo intervalo de 2014. Mas prevê uma recuperação para a casa de 25% no decorrer do ano. O lucro líquido da empresa totalizou R$ 33,21 milhões de janeiro a março, 24,7% aquém do mesmo período do ano passado. Na avaliação de Catarina Gervai Pedrosa, analista-chefe do Besi Brasil, os resultados de SLC e Vanguarda refletem um cenário que combina maior volume de vendas (reflexo do elevado volume colhido) e preços menores das commodities no mercado internacional. "E o custo não caiu, por isso a margem foi apertando", afirmou. O Besi não acompanha a BrasilAgro. Para a analista, a SLC é uma empresa "mais madura", que tem um "plano de crescimento bem equacionado", embora, como todo o setor, esteja exposta aos efeitos das variações do clima e dos estoques mundiais. A Vanguarda, por sua vez, tem enfrentado alguns problemas, em especial com o portfólio de terras - o que tem obrigado a empresa a devolver áreas e investir mais em melhoria do solo. "Isso tudo prejudica os resultados. Em uma área com terra arenosa, a produtividade pode ficar 20% ou 30% menor, o que resulta em receitas menores e custos maiores", disse Catarina. De acordo com a especialista, três questões importantes tendem a influenciar o desempenho dessas companhias agrícolas nos próximos trimestres: o montante ofertado e as taxas do Plano Safra 2015/16, que serão divulgados no início de junho, além das condições do clima na safra americana (que está em desenvolvimento) e dos preços dos grãos, que apontam para baixo. Nenhuma das três companhias anunciou quanto irá plantar na nova safra 2015/16, que começará a ser semeada em setembro próximo. Piza, da BrasilAgro, prevê margens "ainda interessantes", mesmo que abaixo das obtidas este ano. Já Cristiano Rodrigues, da Vanguarda, lembra que os preços das commodities recuaram, mas os custos ainda não acompanharam. "Na nossa cabeça, o objetivo é melhorar a produtividade para ter rentabilidade num ano difícil", concluiu.

Fonte:  Valor Online - Segunda feira, 25 de maio de 2015.


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