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Para mercado, BC não escapará de elevar Selic a 14%

Ainda que o Banco Central persiga a projeção do seu modelo de inflação, e não a do mercado, a Selic dificilmente escapará de atingir o nível de 14% no fim do atual ciclo de aperto monetário. Essa aposta está refletida tanto nos contratos de juros futuros na BM&F quanto nas análises de gestores, economistas e profissionais de mesas de operações. Para eles, mesmo que o modelo do BC contemple variáveis mais otimistas do que as do mercado, não há chance de seu objetivo ser alcançado antes de julho. E, portanto, até lá, o juro seguirá em alta. Segundo a coluna do jornalista Cristiano Romero, publicada ontem no Valor, o BC manterá o aperto monetário até que as suas projeções apontem para uma inflação de 4,5% no fim de 2016. Essa afirmação representa uma mudança importante no discurso do BC, que vinha sustentando nas últimas semanas que "a política monetária tem que se manter vigilante para fazer com que a convergência da inflação e das expectativas para a meta de 4,5% no ano seja concluída no final de 2016". A primeira leitura dos agentes é de que o BC tornou seu discurso mais realista. "Ninguém acredita que a inflação poderá cair para 4,5% no fim de 2016, a menos que ocorra um choque muito relevante", afirma o profissional de um grande banco nacional, que prefere não ser identificado. "Se o BC insistisse nessa afirmação, iria tornar seu objetivo impossível ou então continuar subindo os juros a patamares desnecessariamente altos." O economista-chefe da Bradesco Asset Management, Fernando Honorato, diz que, ao tentar replicar o modelo do BC, ele continua vendo a Selic entre 14,25% e 14,5% no fim deste ano para que a inflação esperada para 2016 caia para 4,6%. "Isso considerando o uso de premissas realistas", afirma, observando que a autoridade monetária pode usar premissas do modelo diferentes das esperadas pelo mercado para o ano que vem como, por exemplo, uma alta menor dos preços administrados ou um impacto maior da desaceleração do mercado de trabalho para a inflação. Mas ele lembra que as expectativas do mercado entram na conta do modelo do BC e, portanto, não pode haver um descolamento tão expressivo entre as duas projeções. Ele diz ainda que a alta maior que a esperada dos preços administrados, o efeito da inércia inflacionária e a expectativa de inflação ainda alta para 2016, que segundo a mediana das projeções dos analistas no último Focus estava em 5,5%, devem limitar os efeitos positivos para a inflação do câmbio mais baixo e da atividade econômica mais fraca. Já o economista-chefe da Garde Asset Management, Daniel Weeks, que integra o grupo dos cinco economistas que mais acertam as projeções de inflação na Focus (Top 5), vê uma divergência expressiva entre as projeções do BC e as de mercado. Segundo ele, se o BC tiver como parâmetro seu modelo de inflação, ele vai levar a Selic para 14%. Mas, em suas estimativas, esse juro geraria uma inflação de 6%. Entre as diferenças importantes de premissas, estão a projeção para o PIB: enquanto o BC trabalha com uma queda de 0,5% este ano, Weeks projeta um recuo de 1,70%. Para os preços administrados, o reajuste esperado para este ano pelo BC é de 7,9%, abaixo de sua estimativa, de 8,8%. "A recuperação da credibilidade passa necessariamente por fazer as duas projeções [do BC e do mercado] convergirem", afirma. O discurso mais firme do BC foi adotado em meados de abril com um claro objetivo de recuperar a credibilidade e assegurar uma melhora nas expectativas. Essa estratégia teve já alguns frutos: garantiu um alívio nas projeções de inflação em 2016 na Focus, de 5,61% para 5,50%; e garantiu algum recuo nos juros de longo prazo. Mas essa estratégia provocou uma discussão em uma corrente importante do mercado: nessa batalha pela credibilidade não estaria o BC correndo o risco de exagerar na dose da política monetária? Esse questionamento foi evidenciado no encontro entre o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira, com economistas na segunda-feira, em São Paulo. Nessa reunião, realizada para que o BC colha avaliações para a elaboração do relatório de inflação, os analistas demonstraram preocupação com o fraco crescimento econômico e os efeitos que a política monetária mais apertada poderia provocar. "A impressão que ficou é que hoje o BC é mais hawkish do que o mercado", afirmou um dos participantes do encontro. Ajustar esse discurso pode torná-lo mais crível, na opinião de analistas. Mas é fundamental que qualquer mudança de comunicação seja bem explicitada sob o risco de comprometer os ganhos já alcançados, afirma Honorato, da Bram. "O Banco Central está agindo para liberar um canal que estava entupido: o das expectativas", diz um gestor que prefere não ser identificado. Dessa forma, ele acredita que a mensagem do BC é de que o aperto monetário não poderá prosseguir indefinidamente. "A alta de 0,5 ponto em junho não tem discussão", afirma. "A dúvida agora é se vem mais 0,25 ponto em julho e por quanto tempo a Selic fica nesse patamar", diz. Leia mais em: BC delimita objetivo de curto prazo da política monetária.

Fonte:  Valor Online - Quinta feira, 21 de maio de 2015.


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