Rio - O Indicador de Clima Econômico (ICE) da America Latina recuou 5,3% no trimestre encerrado em abril em comparação com os três meses ate janeiro deste ano, para 71 pontos, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), em parceria com o instituto alemão Ifo. No inicio do ano, o índice trimestral havia registrado 75 pontos.
Entre os componentes do indicador, houve melhora na percepção sobre a situação atual, embora insuficiente para compensar a deterioração nas projeções futuras. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu de 58 pontos para 60 pontos (+3,4%), enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou de 92 pontos para 82 pontos (-11%). "Observa-se que todos os indicadores encontram-se na zona desfavorável de clima econômico e a piora no IE preocupa, ao indicar uma possível piora no cenário para os próximos seis meses", ressaltou a FGV, em nota.
Entre os 11 países alvos da pesquisa, dois apresentaram melhora no clima econômico: Argentina e Chile. Mantiveram-se estáveis Paraguai, Uruguai e Venezuela (este, no entanto, no patamar mínimo da pesquisa, nos 20 pontos). Apenas Paraguai e Chile registraram indicadores na zona favorável, enquanto Peru e Uruguai estão na fronteira dos 100 pontos.
No Brasil, o ICE registrou recuo mais intenso, de 14%, passando de 57 pontos para 49 pontos entre as avaliações encerradas em janeiro e abril. O resultado foi determinado pela queda de 27% no ISA (para 22 pontos, quase o mínimo da pesquisa) e pelo recuo de 9,5% no IE (para 76 pontos). Em relação a abril de 2014, o ICE brasileiro recuou 31%.
Na America Latina, apenas os indicadores de Equador (46 pontos) e Venezuela (20 pontos) são piores do que o brasileiro. Alem disso, o Pais e o penúltimo no ranking dos últimos quatro trimestres.
Em nível mundial, o ICE avançou 3,8% e alcançou 110 pontos no trimestre ate abril, de 106 pontos na leitura anterior. O desempenho foi puxado pela União Europeia (UE).
Apesar da melhora no ICE do Mundo, a previsão para o crescimento do produto mundial de 2015 foi revista para baixo. Era de 2,5%, na Sondagem Ifo de abril de 2014, e passou para 2,3% na de abril de 2015. Para a America Latina, o crescimento caiu de 2,3% para 1,3% no mesmo período", diz a FGV.
Fonte: Diário do Comércio - MG - Terça feira, 12 de maio de 2015.