DIRETORIA – GESTÃO 2023-2025

clique aqui para acessar

 

DIRETORIA – GESTÃO 2022-2026

clique aqui para acessar

 
 
 
 
 

Notícias

Câmbio e atividade fraca do país devem afetar 1º trimestre

Setor imobiliário enfrenta retração com adiamento das decisões de compras Os resultados das companhias abertas no primeiro trimestre deste ano podem ser ainda mais fracos do que os registrados no ano passado. Segundo analistas, as máximas do dólar em mais de dez anos terão influência decisiva nos números. Em conjunto, a variação cambial, a fraca atividade interna e o aperto monetário imposto pelo governo enfraquecem os balanços. Espera-se ainda algum impacto da operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, pois a interrupção de projetos de infraestrutura acaba tendo desdobramentos em toda a economia. O dólar do fim do primeiro trimestre foi de R$ 3,21, com alta de 41,8% ante o fim de março de 2014 e de 21% em relação a dezembro. Considerando os valores médios, a moeda americana se situou em R$ 2,87 nos três primeiros meses de 2015, ante R$ 2,36 no mesmo intervalo do ano passado - uma variação de 21,6%. Companhias atreladas ao mercado doméstico devem sofrer com a queda do volume de vendas e dificuldade de repassar custos. Entre as exportadoras, apesar da alta do dólar, o efeito nas despesas financeiras e a queda nos preços das commodities puxam para baixo os números, destacam especialistas. "Acredito que os resultados serão medianos. Esperamos que as 117 empresas do nosso universo de cobertura, que representam 95% do valor de mercado da bolsa, apresentem 6% de crescimento para o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] e de 10% no lucro por ação no trimestre", afirma Daniel Gewehr, estrategista chefe da equipe de análise do Santander. "Isso representa uma deterioração em relação aos resultados do quarto trimestre, que cresceram mais na comparação anual." Alimentos e bebidas são destaques positivos do ponto de vista operacional, avalia o Santander. Para o banco, os frigoríficos serão beneficiados pela alta do dólar e pela queda dos preços dos grãos. Na opinião do Bank of America Merrill Lynch (BofA), no entanto, as companhias de alimentos e bebidas devem sofrer com o cenário fraco de consumo interno. O segmento de papel e celulose também é aposta na temporada, pois tem faturamento em dólar e a commodity não tem registrado queda de preço. Os negócios no ramo, no entanto, assim como ocorre em alimentos, foram prejudicados com o aumento da despesa financeira por conta do avanço da moeda americana, dizem especialistas. O segmento de mineração, representado pela gigante Vale, também sofre na parte financeira com a variação cambial e tem um agravante: a derrocada dos preços do minério de ferro. O valor médio da commodity foi de US$ 61,50 a tonelada métrica no trimestre, uma queda de 49% na comparação com o preço médio de US$ 120,40 dos três primeiros meses do ano passado. Ao analisar companhias voltadas para a economia doméstica, o cenário conturbado dita o ritmo da temporada de resultados. A Tendências Consultoria mapeou no início do ano o peso das empresas envolvidas no escândalo da Lava-Jato e calculou que o desdobramento das investigações poderia tirar até 1,5 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A gigante estatal de petróleo suspendeu contratos com fornecedores em meio às denúncias de corrupção, além de interromper contratos com as principais empreiteiras do país, citadas no escândalo. A paralisia dos projetos da Petrobras e das empreiteiras pode resultar na queda de 15% dos investimentos em infraestrutura no ano e, com isso, puxa toda a economia para baixo. "A Petrobras parou de pagar muitos fornecedores e isso, em um primeiro momento, já diminui a circulação de dinheiro. Com a paralização das operações, a cadeia inteira é afetada, desde a siderúrgica que produz aços que serão usados em equipamentos da empresa até a transportadora que carregada diferentes tipos de materiais. Além disso, a confiança do consumidor e do empresariado acaba sendo muito afetada", diz Celson Plácido, estrategista da XP Investimentos. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) medido pela Fundação Getúlio Vargas caiu em março pelo terceiro mês consecutivo. O indicador recuou 2,9% ante fevereiro e perdeu 22,7% na comparação anual, passando para 82,9 pontos. O ICC ficou abaixo dos níveis registrados durante a crise financeira de 2008 e 2009. Um dos setores que sofrem com essa realidade é o de construção, que está em tendência de baixa há muitos trimestres. A analista de construção civil do Citi, Paola Mello, explica que a disposição dos consumidores é muito influenciada pelo grau de confiança. "As empresas afirmam que os clientes estão receosos de perderem o emprego no futuro e acabam postergando a decisão de comprar um imóvel. Essa compra implicaria acabar com a poupança da família e assumir dívida, e por isso o temor em relação ao cenário atual", diz a especialista. O Citi espera contração nas vendas na ordem de 25% em 2015. Paola destaca negativamente as empresas PDG e Rossi, por conta da alta alavancagem. Segundo ela, ambas estão reduzindo suas operações, mas as despesas financeiras e os custos fixos não caem na mesma velocidade. Por outro lado, afirma, Even e EzTec devem ser mais resilientes. Plácido, da XP Investimentos, diz que vendas de todos os produtos com ticket médio alto são prejudicadas pela confiança menor do consumidor e pela menor renda disponível por conta da inflação, com destaque para o aumento do custo da energia e do combustível. "Em bens de capital, as empresas foram afetadas negativamente, entre elas Marcopolo e Randon. Tudo que tem ticket médio elevado, como imóveis, veículos, eletrônicos e até roupa mais cara, vai sofrer. Além disso, os bancos estão mais restritivos em relação ao crédito", afirma. O banco Itaú BBA espera resultados mistos para bens de capital no primeiro trimestre. Segundo relatório da instituição, a Iochpe-Maxion deverá decepcionar o mercado ao exibir margens operacionais extremamente fracas, penalizadas não apenas por uma baixa utilização de capacidade no mercado interno, mas também por despesas não recorrentes relativas a demissões no Brasil. Para a Randon, a estimativa do Itaú BBA é de queda de 49,3% na produção total de caminhões no primeiro trimestre. Na Marcopolo, a demanda mais fraca fez com que a empresa prolongasse o período de férias coletivas e reduzisse os turnos de trabalho durante os três primeiros meses do ano, o que deve levar a um dos trimestres mais fracos em anos. O enfraquecimento da indústria se reflete, assim, no segmento de siderurgia, que abastece sobretudo o mercado interno. Recentemente, o BofA reiterou cautela no setor devido à baixa demanda doméstica, fraco poder de precificação e pressão do produto importado. As siderúrgicas Usiminas e CSN também são prejudicadas, embora em menor proporção, pela queda do minério de ferro. Gerdau é a melhor posicionada do setor, por conta da exposição nos Estados Unidos, observam especialistas. Em consumo e varejo, as perspectivas do BofA são de gastos menores em itens discricionários (não essenciais), tais como vestuário, viagens e itens de ticket médio alto. "Medidas fiscais mais rigorosas e renda disponível menor devem impactar os grupos de renda mais baixa, e vemos assim mais riscos para empresas como a Marisa. Esperamos também eventual migração para produtos mais baratos em cuidados pessoais e alimentação", diz o banco americano em relatório. A prévia de vendas do grupo Pão de Açúcar mostrou avanço de 14,8% na receita líquida do primeiro trimestre. No entanto, sem considerar a Cdiscount, que se uniu no ano passado com a Nova Pontocom formando a Cnova, a receita avançou apenas 5,9%. Além disso, a receita líquida das unidades criadas há pelo menos um ano, as chamadas "mesmas lojas", subiram 4% no consolidado do grupo. No comunicado ao mercado, a varejista afirmou que as vendas dos segmentos alimentar e não alimentar refletem maior cautela do consumo devido ao ambiente macroeconômico. A receita da Via Varejo, que vende bens de ticket médio mais alto, recuou 1% no trimestre, confirmando o tom esperado pelos analistas em alguns segmentos nesta temporada de resultados. Veja também: Alta do dólar no 1º tri pesa sobre dívidas

Fonte:  Valor Online - Quarta feira, 22 de abril de 2015.


•  Voltar as Notícias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia
Av. Presidente Vargas, 583 - Sala 220
CEP: 20071-003 - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Fone: (21) 2220-4358 - E-mail: fedcont@fedcont.org.br
Funcionamento: Seg à Sex de 09h às 17h
Filiado a