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BC quer chegar à meta antes do fim de 2016

A meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano-calendário. Mas o Valor apurou que a ação de política monetária do Banco Central poderá levar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao centro da meta, de 4,5%, antes do fim de 2016. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o diretor de Política Econômica da instituição, Luiz Awazu Pereira, repetiram várias vezes nas últimas semanas que "a política monetária está e continuará vigilante para assegurar a convergência da inflação à meta de 4,5% ao longo de 2016". A questão em aberto, para muitos analistas econômicos, é o que o Banco Central quis dizer ao expressar o desejo de "convergência da inflação à meta ao longo de 2016". Em tese, poderia ser uma sinalização de que o BC quer fazer o IPCA recuar na direção de 4,5% ao longo de 2016. Mas também de que poderia fazê-la chegar a exatamente 4,5% antes de dezembro de 2016. Alguns acham que o BC poderia chegar a 4,5% apenas em 2017. IPCA cairá a 5% no terceiro trimestre do ano que vem O Valor apurou que, na verdade, o recado do BC é que são grandes as chances de a sua ação de política monetária fazer a inflação acumulada em 12 meses chegar a 4,5% antes do fim do ano-calendário de 2016. Na divulgação do Relatório de Inflação, há duas semanas, Awazu já havia sido mais direto em dizer que "nossa meta e nosso objetivo [do Banco Central] é atingir 4,5% ao longo de 2016. Mas não estamos achando que os progressos hoje são suficientes, e estamos mantendo e manteremos uma política monetária vigilante". Pode parecer improvável a inflação cair a 4,5% tão logo, considerando que analistas do mercado financeiro duvidam do seu cumprimento até mesmo no ano-calendário. A projeção mediana de inflação dos analistas é uma variação de 5,6% para o IPCA em 2016. Mas um exame mais cuidadoso das projeções do próprio Banco Central, apresentadas no Relatório Trimestral de Inflação de março, mostra que a variação anual do IPCA deverá chegar no seu patamar mais próximo de 4,5% antes do fim de 2016. Nas trajetórias descritas tanto no cenário de referência quando no de mercado, a inflação projetada pelo Banco Central chega a 5% no terceiro trimestre de 2016. Daí por diante, muda muito pouco, até dezembro. No cenário de referência, cai a 4,9%, e sobe a 5,1% no de mercado. O grosso da queda da inflação em relação ao percentual atual, de 8,1% nos 12 meses encerrados em março, seria devida ao "efeito descarte". A inflação do primeiro trimestre deste ano foi muito alta em função dos reajustes de tarifas de energia elétrica. No primeiro trimestre do ano que vem, haveria uma queda considerável nos índices em 12 meses, porque a puxada dos custos de energia sairia da base de cálculo do índice. A inflação continuaria a recuar, na visão do Banco Central, em virtude de outros fatores, como um mercado de trabalho menos tensionado, uma combinação mais favorável de políticas fiscal e monetária e um cenário de menor repasse do câmbio a preços domésticos. Mas, no horizonte de projeção do BC, a inflação atinge um platô da ordem de 5% a partir do terceiro trimestre de 2016. Quando diz que ainda não está satisfeito com os progressos, é bem possível que o BC esteja dizendo que suas projeções de inflação não chegaram aonde gostaria - o centro da meta. O mercado reconhece que há um trabalho adicional a ser feito pela política monetária. O consenso entre os analistas é que o Banco Central suba os juros em 0,5 ponto percentual neste mês e faça outro movimento de 0,25 ponto em junho. Alguns deles veem boas chances de uma alta um pouco mais suave. Poucos perceberam, mas o BC incluiu na sua mensagem principal de política monetária, divulgada na apresentação do Relatório de Inflação, que "orienta suas decisões de acordo com os valores projetados para a inflação pelo BC e com base na análise de cenários alternativos". Ou seja, quando o BC mexe nos juros, o que vale são as suas projeções. Qualquer que seja o tamanho das eventuais altas de juros, elas terão seu efeito máximo sobre a inflação ainda em meados de 2016, contribuindo para trazer o IPCA para 4,5% antes do fim do ano-calendário. O CMN promove hoje, no Rio, uma sessão solene para marcar o seu cinquentenário, com o presidente do BC, Alexandre Tombini, e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento). Mas haveria algo para se comemorar? O CMN, um conselho com funções monetárias que fica acima do Banco Central, é uma estranha invenção brasileira. Em outras economias, os bancos centrais tomam as decisões de política monetária, e ponto final. O CMN é uma instância que deixa o objetivo maior de manter o poder de compra da moeda exposto a grupos de interesse. O embrião do CMN foi a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), criada em 1964 por iniciativa do economista Octavio Gouvêa de Bulhões. Seu objetivo, meritório, foi articular a política fiscal, a cargo da Fazenda, com a política monetária, que então era executada na prática pelo Banco do Brasil. Quando o BC foi criado, em 1964, o modelo foi adaptado, com a criação do CMN acima do Banco Central. Na origem, a instituição tinha uma formação bem enxuta, com representantes da Fazenda, do Banco do Brasil, do BNDES e do Banco Central. Ao longo dos anos, sua composição foi sendo ampliada para atender a interesses inflacionistas. Num determinado momento, na década de 1980, chegou a ter 27 membros, incluindo representantes de empresários e trabalhadores. Foi quando o Brasil entrou na hiperinflação. Em 1994, os economista que lançaram o Plano Real, incluindo Gustavo Franco, não conseguiram extinguir o órgão, o que exigiria mexer no vespeiro do artigo 192 da Constituição. A solução foi restringi-lo ao tamanho mínimo atual. Isso não impediu que, no primeiro mandato da presidente Dilma, o órgão fosse usado para expandir agregados monetários. Hoje, os riscos são menores, mas só desaparecerão se o CMN for extinto.

Fonte:  Valor Online - Por: Alex Ribeiro - Sexta feira, 10 de abril de 2015.


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