Joaquim Levy quer incentivar os investimentos corporativos
- O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o governo quer aproveitar a capacidade do mercado de capitais brasileiro e que isso precisa ser feito de forma eficaz, para que todos possam participar.
A declaração foi dada após reunião com a diretoria da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), realizada ontem.
Segundo Levy, o Brasil precisa utilizar as ferramentas que possui, inclusive por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O ministro comentou que, em função do momento de ajuste fiscal, a possibilidade de expansão do balanço do BNDES com recursos do Tesouro se esgotou, mas ainda assim o banco de fomento tem um papel essencial, até mesmo abrindo espaço para que pequenas e médias empresas consigam acessar mais facilmente os mercados de crédito.
"Queremos usar o que o Brasil já tem para ganhar eficiência. É preciso garantir um ambiente de segurança, de solvência do Estado, para dar tranquilidade às famílias e aos investimentos", comentou. O ministro disse que o BNDES soube se renovar e está oferecendo novas ferramentas para os empresários. Segundo Levy, uma economia cada vez mais livre é sinal de maturidade.
Segundo Levy, o governo está criando todos os mecanismos para usar os mercados de capitais para ter "capacidade de resposta". A declaração foi dada em resposta a uma pergunta sobre a decisão da Fitch de rebaixar a perspectiva do rating brasileiro para negativa.
"O Brasil está tomando todas as medidas adequadas para chegar onde a gente quer chegar, usando a imaginação, eficiência e os mercados para ter capacidade de resposta".
Novos instrumentos
O BNDES vai incentivar a emissão de debêntures comuns e de infraestrutura utilizando um maior acesso para as grandes empresas aos financiamentos remunerados pela TJLP como atrativo. O incentivo é voltado para as grandes empresas, e quanto maior for a participação das debêntures no financiamento do projeto, maior será o acesso ao crédito tomado ao custo da TJLP. O teto máximo de participação das TJLP na composição do financiamento do investimento será de 50%. O mecanismo deve estar disponível em 30 dias.
Denise Pavarina, presidente da Anbima, disse que estão se mirando emissões de grandes empresas, com rating mínimo de AA. /Estadão Conteúdo
Fonte:DCI - Sexta feira, 10 de abril de 2015.