A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a elevação da taxa de retorno dos novos projetos de transmissão de energia elétrica a serem ofertados nos próximos leilões. Com a revisão da metodologia de cálculo do custo médio ponderado de capital (Wacc, na sigla em inglês), a taxa de remuneração saltou de 5,54% ao ano para uma faixa entre 7,63% e 7,86% ao ano. As mudanças nas regras decorreram do desinteresse das empresas por novas linhas e subestações oferecidas nos últimos leilões. Para projetos com riscos maiores de execução de obras serão admitidas taxas ainda maiores que a banda fixada pela Aneel. Também poderão ser ampliados os prazos de conclusão das obras e início de operação desses projetos, que atualmente chegam até 44 meses. A elevação do Wacc também garante maior remuneração na fase de construção de novas linhas e subestações. O benefício será diluído ao longo do prazo de contrato, que inclui a fase de operação e manutenção do empreendimento. O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, afirmou que a decisão demonstra que o órgão regulador está "captando os sinais do mercado". Para ele, a revisão das regras do leilão de transmissão deve reverter a atual situação, "que em certa medida está afugentando os investidores". A redução da participação máxima dos itens do projeto financiáveis pelo BNDES, que caiu 70% para 50%, também influenciou na decisão. Isso obrigará o empreendedor a buscar a diferença no mercado, com juro mais elevado e prazo de amortização mais curto, ou maiores aportes de recursos próprios.
Fonte: Valor Online - Quarta feira, 25 de março de 2015.