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BC: juros vão subir e trabalho ficará difícil

O Banco Central (BC) deu três recados bem claros na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada ontem: os brasileiros devem se preparar para pagar ainda mais caro pelo crédito, arcar com o tarifaço e com o aumento do desemprego. Ou seja, o aperto que a maioria da população sente no bolso não deve dar uma trégua tão cedo. De acordo com o documento, a tendência é de que o BC pese ainda mais a mão sobre os juros básicos (Selic), diante da expectativa de que a escalada do dólar, os reajustes nas contas de luz e os aumentos de impostos elevem ainda mais a inflação. 

A avaliação pessimista feita pela autoridade monetária na justificativa de elevação de 0,5 ponto percentual na Selic, para 12,75%, na última reunião do Copom, prevê um cenário preocupante para o custo de vida. Enquanto na ata de janeiro o BC previa que a carestia, ainda em 2015, tenderia a entrar em um longo período de declínio, o documento de ontem foi enfático: Esses ajustes de preços (em tarifas públicas e no dólar) fazem com que a inflação se eleve a curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015. 
Na ata, o Banco Central projeta aumento médio de 38,3% nas contas de luz deste ano. Na reunião de janeiro, o comitê estimava alta de 27,6%, mas diante dos reajustes já anunciados pelas concessionárias, em alguns casos de mais de 50%, os cálculos tiveram que ser revisados. 
Outro item que também ficará mais caro para o consumidor é o gás de botijão, cuja previsão de alta subiu de 3% para 3,2%, em 2015. Parece pouco, mas, diante do quadro de pesados reajustes que já bateram na porta dos brasileiros, qualquer impacto poderá significar a perda para muitas famílias. 
Todos esses itens compõem uma cesta de serviços administrados pelo governo, que, em média, deve subir bem mais do que nos últimos anos. Isso porque, com a troca de comando na política econômica, o governo passou a corrigir uma série de preços que estavam represados, como o da gasolina. Diante desse quadro, o Copom reajustou para cima as projeções para o conjunto de preços administrados, de 9,3% para 10,7%. 
Não por outro motivo, o comitê reforçou que, em momentos como o atual, cabe à política monetária manter-se especialmente vigilante, para garantir que pressões detectadas em horizontes mais curtos não se propaguem para horizontes mais longos. Diante do quadro traçado pelo Banco Central, os economistas acreditam que os juros continuarão aumentando. Antes, nós achávamos que o BC estava preparando terreno para encerrar o ciclo de alta em abril, por causa da forte recessão que se avizinha, mas agora está com toda a cara de que o aperto nos juros será mantido por mais algum tempo, afirmou o economista-chefe da GO Associados, Alexandre Andrade. 
Entre os problemas elencados pelo Copom, no documento, estão o encarecimento do crédito, que também tende a ficar mais escasso, e o esfriamento da economia, que poderá afetar com mais intensidade a renda das famílias. Com o PIB ladeira abaixo, obter reajustes salariais ficará cada vez mais difícil, motivo pelo qual o BC prevê que o mercado de trabalho deverá arrefecer na margem. Em outras palavras, as condições de emprego devem piorar a ponto de diminuir a oferta de vagas. 
Divisão 
Os analistas se dividiram em relação à intensidade de um eventual aperto nos juros, mas todos acreditam que o Copom seguirá elevando a Selic na reunião marcada para o mês que vem. Uma ala composta por economistas de peso como Illan Goldfajn e Caio Megale, do Itaú Unibanco considera que, com o país em recessão, o BC promoverá apenas mais uma alta de 0,25 ponto percentual, considerada suficiente para derrubar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a meta no próximo ano. Essa visão é reforçada pelo tom mais ameno usado pelo comitê na ata de ontem, quando o colegiado de diretores assinalou que o cenário de convergência da inflação para 4,5%, em 2016, tem se fortalecido. 
A dupla, no entanto, faz um alerta: a concretização desse quadro depende exclusivamente do comportamento do dólar, que tem dado piruetas nas últimas semanas. Se o real continuar a se depreciar, o Copom pode optar por estender o ciclo (de alta nos juros) até a taxa de câmbio se estabilizar, escreveram os economistas, em análise a clientes. 
A avaliação é importante, ainda mais porque a autoridade monetária tem usado cotações mais baixas do dólar nas suas previsões para o comportamento da inflação. Na reunião passada, o BC considerou a cotação constante em R$ 2,85 durante 12 meses. Essa taxa, no entanto, já era 4,53% menor do que a do dia do encontro, de R$ 2,979. 
Saber qual o comportamento do câmbio será fundamental para definir os próximos passos do Banco Central, considerou o diretor de Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros. Mesmo que algumas portas fiquem abertas (inclusive porque podemos ter surpresas na evolução do câmbio, que podem levar a uma extensão do ciclo de ajuste nos juros), esperamos elevação de 0,5 ponto na próxima reunião, em abril, escreveu. 

·         Influência do PIB

A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Marzola Zara, acredita que o desempenho da economia será determinante para os próximos passos do Banco Central na política monetária. Antes da próxima reunião, teremos a divulgação do PIB de 2014, disse, acrescentando que, caso os resultados venham decepcionantes, o BC poderá reduzir o ritmo para uma última elevação, de 0,25 ponto, levando a Selic para 13% ao ano. Ainda assim, o Brasil se manteria firme no posto de campeão mundial de juros. Uma péssima notícia para um país que enfrenta uma crise sem precedentes e que poderá sucumbir à maior recessão em 25 anos.

Correio Braziliense - Sexta feira, 13 de março de 2015.


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