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Crise da Sete Brasil arrasta bancos e fundos de pensão a prejuízo bilionário

Barusco disse à CPI que o Banco Safra recebeu depósito de propina 

São Paulo - O ex-gerente de engenharia da Petrobras e um dos delatores da Operação Lava Jato, Pedro Barusco, lamentou ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que o projeto "bem estruturado" da Sete Brasil possa quebrar.

A perspectiva da recuperação judicial da Sete Brasil já afeta as ações dos bancos brasileiros nos últimos 7 pregões até ontem: BTG Pactual (-9,5%), Itaú (-12%) e Bradesco (-13%). Um eventual quebra da Sete Brasil afeta a concessão de crédito corporativo no Brasil, além de lançar dúvidas sobre futuras dificuldades dos 3 principais fundos de pensão das estatais para pagar benefícios aos seus 500 mil participantes.

"A Sete Brasil teve, no máximo, uma propina de 10 milhões [sem especificar se em reais ou em dólares] e parou. [...] Foi um projeto muito bem estruturado financeiramente. [...] Mas com a descoberta de houve pagamento de propina nos contratos, os agentes financeiros se retraíram e se não houver o aporte previsto a Sete pode realmente quebrar", disse Pedro Barusco, aos parlamentares da CPI da Petrobras ontem.

O projeto financeiro (project) da Sete Brasil envolve o montante de R$ 25 bilhões em recursos, sendo R$ 12 bilhões em empréstimos com o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú BBA, Santander e Standard Chartered. Na parte de estrutura de capital participam o Santander, Bradesco e o BTG Pactual, e os fundos de pensão Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Valia (Vale).

Na avaliação do sócio-diretor da Escola de Investimentos Leandro & Stormer, Alexandre Wolwacz, o escândalo financeiro da Petrobras está se espalhando para outros setores e pode comprometer a credibilidade do Brasil no exterior. "Os estrangeiros estão muito assustados. Se acontecer alguma coisa que possa comprometer a saúde financeira dos grandes fundos de pensão brasileiros, vamos ter uma fuga em massa de investidores", alerta o diretor.

Wolwacz lembrou que em último caso, os fundos de pensão teriam que ser resgatados por seus patrocinadores. As estatais Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal teriam que fazer aportes bilionários nos planos de benefícios. "Esse grau de incerteza já seria motivo para um dowgrade [rebaixamento da nota de crédito] do Brasil", observou.

O sócio-diretor avalia que a crise da Petrobras e a possível quebra da Sete Brasil já chegou ao mercado financeiro. "Os grandes bancos [Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, Santander e BTG Pactual] estão aumentando provisões. O mercado já está precificando o risco desses prejuízos, por isso, as ações dos bancos estão com uma tendência de baixa muito importante", argumentou.

Wolwacz também citou a queda expressiva da Cetip de 14,5% nos últimos 3 pregões da Bolsa. "A GRV, a empresa que a Cetip adquiriu também apareceu entre as divulgações públicas da Operação Lava Jato", acrescentou.

Ele contou que a baixa dos bancos e da Petrobras também arrasta o Ibovespa, o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo. "Em dólar, o Ibovespa está em sua menor pontuação em seis anos", diz.

Outro reflexo se observa na queda do valor de mercado negociado na BM&FBovespa. No último dia 4 de março, o valor de mercado das ações em livre flutuação (free-float) de todas as ações que compõem o Ibovespa era de apenas R$ 891,5 bilhões (US$ 300 bilhões) naquela data, quando o dólar ainda estava em R$ 2,977. Com a cotação do dólar ontem em R$ 3,10 o valor do free-float sofreu um desvalorização de 4% em apenas uma semana.

Bancos suíços

Ontem aos parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito do caso Petrobras, Paulo Barusco, se disse "aliviado" com a devolução do dinheiro da propina. Barusco prometeu devolver US$ 97 milhões em propinas, tudo depositado em contas internacionais - HS Republic, Cramer, Royal Bank of Canadá, Delta, HSBC e Banco Safra.

O ex-gerente Pedro Barusco afirmou aos parlamentares da Petrobras, que os bancos tinham conhecimento da "origem ilícita" dos depósitos.

Ele explicou à CPI da Câmara que a propina era destinada ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e tinha origem nos contratos firmados entre a Sete Brasil e os estaleiros Atlântico Sul, Enseada do Paraguaçu, Rio Grande e Kepel Fels.

Respostas dos bancos

Procurado pelo DCI, o Banco Safra não se manifestou. Já o HSBC Brasil informou que o caso está relacionado ao Private Bank da Suíça. O HSBC reforça que o Global Private Banking ('GPB') e, em particular sua subsidiária na Suíça, passaram por uma transformação radical nos últimos anos e vêm colocando em prática padrões de primeira classe e também relacionados à compliance com os órgãos reguladores e transparência fiscal. Nos últimos anos, o Private Bank da Suíça reduziu o número de contas em quase 70% e tem agora uma equipe de compliance de mais de sete mil colaboradores, mais de duas vezes o que tinha em 2011. O banco segue os mais altos padrões de compliance em todos os países nos quais atua e colabora com as autoridades sempre que requisitado.

Fonte:  DCI  - Por: Ernani Fagundes - Quarta feira, 11 de março de 2015.


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