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ONS terá dificuldade para repetir este ano estratégia adotada em 2014

Edvaldo Alves Santana, ex-diretor da Aneel: "A saída é ter mais térmicas e menos consumo, não restam alternativas" A estratégia declarada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para lidar com a crise energética ganhou uma dificuldade adicional neste ano. Em 2014, diante da escassez de chuvas, o ONS apostou fortemente em uma tática radical: segurar o máximo possível de água nos reservatórios de usinas hidrelétricas mais perto da cabeceira dos rios que cortam as regiões Sudeste e Centro-Oeste. Depois, ao longo da estiagem que vai de maio a outubro, foi liberando mais vazão nessas usinas para reforçar o volume de água que chegava nas represas localizadas a jusante (rio abaixo). Essa estratégia poderá ter resultados menos expressivos em 2015. Nos principais reservatórios de cabeceira, o estoque acumulado até agora é bem inferior ao verificado no mesmo período do ano passado, dificultando ainda mais a tarefa do operador. Um exemplo está nas usinas Emborcação (rio Paranaíba) e Nova Ponte (rio Araguari), que há um ano estavam com 39,5% e 30,5% de sua capacidade máxima, respectivamente. Na quarta-feira, tinham apenas 15,1% e 11,9%. A situação é igualmente preocupante na bacia do rio Grande, onde a hidrelétrica de Furnas tem só 11,7% de armazenamento. Maior caixa dágua de sua bacia, ela está na cabeceira do rio e tinha 38,6% na mesma data do ano passado. No último período seco, esse estoque foi crucial para regularizar a vazão nas usinas de Marimbondo e Água Vermelha, que ficam mais adiante. "A estratégia usada pelo ONS no ano passado foi muito inteligente, mas não há como repetir exatamente esse tipo de operação", diz o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Edvaldo Alves Santana. "O que torna a situação atual mais complicada é justamente o baixo armazenamento dos reservatórios de cabeceira. A saída é ter mais térmicas e menos consumo. Não restam alternativas." Na bacia do rio Tocantins, as turbinas da usina de Serra da Mesa chegaram a ser totalmente desligadas entre abril e maio de 2014. Tudo para usar menos água da represa e guardar estoque para os meses seguintes. Na época, o reservatório estava com cerca de 45% da capacidade. Quando as chuvas pararam de vez, o ONS começou a liberar mais vazão de saída. Resultado: outras duas hidrelétricas a jusante conseguiram minimizar o esvaziamento de seus reservatórios durante a estiagem. E o melhor de tudo: a megausina de Tucuruí, com 8.370 megawatts de potência e a última do rio Tocantins, pôde manter sua operação sem grandes restrições. O problema é que, na quarta-feira, Serra da Mesa tinha apenas 27,1% do armazenamento total. Para não depreciar ainda mais os estoques em reservatórios estratégicos, o ONS tem adotado medidas para reduzir a vazão, muitas vezes às custas de outros usos da água - como a agricultura irrigada e o funcionamento de hidrovias. Mas algumas soluções simples podem mitigar bastante o impacto das diminuições de vazão, conforme ressalta um relatório recente da PSR, uma das principais consultorias do país no setor elétrico. Um investimento de apenas R$ 600 mil na instalação de bombas flutuantes na cidade de Pirapora, em Minas Gerais, permitiu à companhia municipal de saneamento captar água do rio São Francisco com uma vazão mais baixa. Antes, a captação era feita exclusivamente pelo sistema de gravidade, ou seja, a água tinha que estar acima de determinada altura para abastecer a cidade. Com o novo sistema, a vazão que sai da usina de Três Marias já caiu de 500 mil para 80 mil litros por segundo, sem que tenha havido colapso no abastecimento humano. "Obras simples nas tomadas de água dos municípios permitiriam a relaxação de restrições operativas do SIN [Sistema Interligado Nacional], com enormes ganhos para os consumidores de energia elétrica", diz o relatório da PSR. "O benefício dessas intervenções é, em geral, de magnitude superior ao seu custo. Algumas dessas obras simples foram afinal realizadas recentemente, no sufoco. Mas poderiam ter sido realizadas anos atrás, se os geradores tivessem incentivos econômicos para ajudar os municípios. Enquanto não foram realizadas, permaneceu o desperdício de água e, consequentemente, de energia." Para destacar os efeitos positivos da política de operação definida pelo ONS, no ano passado, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) registrou, na ata de sua reunião de dezembro, quanto foi possível economizar com a "flexibilização dos requisitos de uso múltiplo da água e suas condicionantes ambientais" em várias usinas Com essa estratégia, os reservatórios deixaram de cair 7 e 14 pontos percentuais nas bacias dos rios Grande e Paranaíba, respectivamente. No caso do Nordeste, que envolve basicamente a bacia do São Francisco, a poupança com essas medidas foi de 11,2 pontos percentuais da capacidade máxima.

 

Fonte: Valor Online  20/02/2015

 


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