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Por que investidores escolhem o Brasil

"Divulgação"Rafael Guimarães, da Hughes: investimento de US$ 100 milhões em satélites

As operadoras de telecomunicações investiram R$ 313 bilhões no Brasil nos últimos 15 anos, dos quais R$ 39,5 bilhões no pagamento de outorgas, segundo o SindiTelebrasil, organização que representa as operadoras do setor. Para ser escolhido como alvo dos aportes, o Brasil passou pela lupa dos investidores, que focalizou também outros países da América Latina, da África do Sul, da Europa e a China. Com seu potencial de demanda em alguns serviços, o Brasil é considerado um "mar de oportunidades" por executivos, pelo potencial de negócios e retorno sobre os investimentos. Tudo isso compensa as reclamações do setor em relação aos altos impostos e à interferência regulatória.

Na telefonia móvel, por exemplo, o Brasil conta com 276,2 milhões de celulares e 136,2 aparelhos por habitante. Os números por si só poderiam indicar que o serviço já chegou a um ponto de esgotamento. Aliás, é o que especialistas dizem a cada ano, que a demanda já foi plenamente atendida e a tendência é de declínio nas vendas. Mas não é isso o que acontece na prática. O país continua a ganhar em atratividade comparado a outros mercados.

O serviço móvel se renova e cria oportunidades. Se parte das pessoas já tem mais de um celular, e o crescimento não parece promissor sob esse ângulo, há outros a explorar. A internet das coisas (comunicação máquina a máquina, ou M2M) é a próxima fronteira de crescimento e está só no começo. Para o computador de bordo do automóvel se conectar com a empresa de seguros; os equipamentos eletrônicos de uma casa se comunicarem com o dono do imóvel via celular; ou o gestor de uma frota de caminhões rastrear a carga dos veículos é preciso ter um chip móvel em cada um dos dispositivos. Um estudo da espanhola Telefónica e da empresa Machina estima que 90% dos carros estarão conectados em 2020, ante cerca de 10% atualmente.

Há uma longa série de aplicações para M2M, algumas já em uso, muitas em desenvolvimento e outras à espera do amadurecimento do mercado, com redução de preços, para implantação. A expectativa do governo é que o próximo 1 bilhão de chips venha do uso em M2M no Brasil até 2020.

Mesmo no uso entre as pessoas o celular ainda tem potencial significativo de expansão. O pré-pago representa 76,85% da base total, percentual que vem caindo gradativamente comparado há um ano, quando atingia 79,23%. As empresas têm criado planos para tornar o pós-pago mais atrativo ao usuário, pois assim a previsão de receita dá maior estabilidade ao negócio. Com apenas 23,15% de participação, o pós-pago ainda tem uma ampla margem para expansão, seja por meio da migração do cliente de um serviço para outro, ou da conquista direta de novos usuários para esse modelo de conta. No pós-pago a possibilidade de o cliente aderir a outros serviços e elevar a receita média da tele é maior.

O acesso em banda larga é outro serviço com potencial de crescimento. O país fechou julho com 165,5 milhões de acessos, segundo a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). Desses, 126,2 milhões são de conexões de celulares, incluindo os smartphones, e 15,9 milhões são terminais de dados, entre eles modems de acesso à internet e chips M2M. Na banda larga fixa, os acessos somaram 23,4 milhões, um volume baixo comparado à população de 200 milhões de pessoas. Estudo de uma das operadoras, que prefere não ser identificada, mostra que há espaço para mais 12 milhões de assinantes no serviço fixo.

Atenta às oportunidades, a Hughes Brasil, que atua em comunicação por satélite para empresas, decidiu entrar em banda larga via satélite ao consumidor. O serviço será lançado em 2016 com investimento superior a US$ 100 milhões, diz o presidente da empresa, Rafael Guimarães. Mas o executivo reclama dos impostos, como o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). O fundo tem impacto no preço maior ao consumidor. O executivo calcula que a diferença no preço pode representar 100 mil clientes a mais ou a menos. "Não é isso que impede o setor de decolar no Brasil, mas é uma barreira à massificação", afirma.

As associações do setor de satélites vêm tentando influenciar os poderes Executivo e Legislativo em relação ao Fistel. "Se não mudarem o Fistel, pode significar o fracasso do serviço [banda larga via satélite]", disse Guimarães. O plano da empresa é lançar três satélites, mas o executivo disse que se o Fistel permanecer inalterado, pode ser que o projeto pare no primeiro satélite, se não conseguir preço para atrair a demanda.

A ascensão da classe C representa outro potencial e é considerada pelos investidores. Quando a renda do consumidor melhora, a tendência é que ele mude para serviços de mais valor. Em julho, mais de 48,5% dos celulares ainda eram de segunda geração (2G); 44%, 3G; e 1,33%, 4G.

Com apenas 19 milhões de acessos de TV paga em junho, o equivalente a 9,4 acessos por cada 100 habitantes, a TV por assinatura ainda tem muitos lares a serem conquistados. Por isso, tem peso relevante nos processos de fusões e aquisições não só de empresas que oferecem apenas esse serviço, como das provedoras de multisserviços.

Em maio, a americana AT&T comprou a DirecTV, controladora da Sky no Brasil, enquanto empresas menores de internet se moveram em associações para lançar TV paga em suas redes municipais. Além disso, a EchoStar, controladora da Hughes Brasil, também tem projeto para oferecer TV por assinatura por satélite.

Ao analisar os mercados para direcionar seus investimentos, uma das operadoras que atua no Brasil chegou à conclusão que a África tem atributos semelhantes ao Brasil, porém com variáveis de risco mais relevantes, como governos ditatoriais, falta de previsibilidade, renda per capita baixa, o que dificulta o potencial de crescimento no curto e médio prazo, e necessidade alta de investimento. De 25 países estudados - da África do Sul, à Europa e Ásia - preferiu reforçar sua presença no Brasil.

Alguns dos pontos abordados por esse estudo foram demanda potencial, perfil de crescimento do país, potencial de receita e número de empresas que operam. O estudo previa crescimento de 18 milhões de linhas móveis para o Brasil, de 2012 a 2015. Potencial maior no período só foi apresentado pela Nigéria. Porém, a Nigéria já em oito provedores de telecomunicações e o PIB per capita é de US$ 1.698. Se a nova operadora capturasse 100% do crescimento esperado, teria 23 milhões de assinantes, uma fração do mercado brasileiro. Entre os países estudados, a Itália aparece com potencial de 2 milhões de usuários no período; Ucrânia, 2 milhões; e Etiópia, 7 milhões.

Na América Latina, a maior margem de lucro sobre juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês), de 43,6%, é da Telmex, do bilionário Carlos Slim, dono da Claro, Net e Embratel Star One. Em agosto, o Instituto Federal de Telecomunicações, autoridade regulatória do México, determinou que a América Móvil e suas subsidiárias Telcel e Telmex, que respondem por 61,8% dos assinantes do setor de telefonia no México, reduzam o domínio de mercado para menos de 50%. Isso pode abrir caminho para competidores, como a Telefónica, que já se movimenta por uma expansão.

Para executivos ouvidos pelo Valor, na Argentina, a incerteza política e econômica afugenta novos investimentos. Na Venezuela, as políticas consideradas extremistas são vistas como alto risco, enquanto no Chile a geografia acidentada dificulta a instalação de infraestrutura. A Colômbia é considerada interessante, com o PIB em crescimento e a libertação das Forças Armadas Revolucionárias (Farc). O Peru, com o PIB crescendo de 6% a 7% há anos ganha relevância, enquanto o Chile é estável, porém muito pequeno, com pouco mais de 17 milhões de habitantes.

Embora em crescimento e com baixa presença de celulares nos lares, a China tem monopólio em telecomunicações e barreiras culturais fortes para operadoras ocidentais. Já a Ucrânia e a Polônia, apesar de oferecerem menor risco comparado ao Brasil, têm barreiras culturais difíceis de transpor.

Considerando os prós e contras, o Brasil sai ganhando, apesar de ser considerado um dos países mais intervencionistas na economia, o que afeta o resultado das companhias, diz o analista da empresa de pesquisas IDC, Samuel Rodrigues. Para ele, a questão regulatória tem melhorado.

Fonte: Valor Online / Gestão Sindical - 02/09/2014

 


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