DIRETORIA – GESTÃO 2023-2025

clique aqui para acessar

 

DIRETORIA – GESTÃO 2022-2026

clique aqui para acessar

 
 
 
 
 

Notícias

Cresce a tendência de redução do quadro de funcionários, indicam dados do Caged

O recuo da geração de vagas formais observado neste ano foi influenciado mais por perda de fôlego das contratações do que por expansão das demissões, mas uma análise mais detalhada deste fluxo indica maior propensão dos empregadores a reduzir seu quadro de funcionários. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que 71% dos desligamentos ocorridos no primeiro semestre se deram por iniciativa das empresas, aumento de 0,4 ponto percentual em relação a igual período de 2013.

Já as demissões a pedido dos profissionais perderam participação nessa mesma comparação, ao passarem de 29,4% para 29% do total. Considerando informações enviadas pelas empresas dentro do prazo legal, 7,3 milhões de pessoas foram dispensadas de seus postos de trabalho na primeira metade do ano em todo o país, 1,5% a mais do que o contingente registrado de janeiro a junho do ano passado. Na mesma comparação, a quantidade de desligamentos a pedido diminuiu 0,5%, para três milhões.

Entre o primeiro semestre de 2012 e o mesmo período de 2013, a participação das demissões por iniciativa das empresas já havia aumentado, ao passar de 70,3% para 70,6%. Antes dessa leve alta, a fatia dos desligamentos feitos pelos empregadores vinha diminuindo desde 2009. De janeiro a junho daquele ano, esse percentual foi de 79,1%.

Para especialistas consultados pelo Valor, o avanço das demissões feitas pelas empresas é um indício adicional de que o mercado de trabalho está sentindo os efeitos da desaceleração da atividade, mas um quadro de retração generalizada do nível de emprego está descartado. Isso porque os desligamentos involuntários estão mais concentrados na indústria - que também está lançando mão de suspensões temporárias dos contratos de trabalho, os chamados "layoffs" - e, mais recentemente, na construção civil, enquanto os outros setores estão criando menos vagas. Neste cenário, trocar de emprego fica menos vantajoso.

O pesquisador Rodrigo Leandro de Moura, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), nota que houve alteração significativa entre o primeiro e o segundo trimestres de 2014: a fatia de desligamentos a pedido caiu de 30,3% para 27,7% na passagem trimestral. Nos anos anteriores, não houve variação significativa nessa comparação, o que, segundo Moura, aponta para uma situação menos favorável do mercado de trabalho. "Como o mercado está mais incerto, os trabalhadores evitam trocar mais de emprego, porque não há tantas oportunidades novas."

Além da postura mais cautelosa dos profissionais, o economista do Ibre avalia que também há um comportamento mais propício a ajustes de mão de obra por parte das empresas, principalmente nos setores da indústria e construção civil, que já vêm mostrando saldos negativos entre contratações e demissões no Caged. Em junho, a indústria cortou 28,5 mil trabalhadores, enquanto a construção dispensou 12,4 mil funcionários.

Para Clemente Ganz Lúcio, diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os dados de emprego ainda são favoráveis se comparados ao ritmo da economia, mas o atual cenário de aumento de "layoffs" e férias coletivas pode ter reduzido a quantidade de trabalhadores que pedia demissão para entrar em outra empresa.

"Não temos uma performance negativa do mercado de trabalho, mas sim de cautela", comentou. Mesmo assim, Lúcio observa que não houve diminuição significativa na parcela de desligamentos a pedido no total de demissões. Em 2007, por exemplo, essa classificação representava apenas 21,3% das dispensas no Caged.

Nos desligamentos sem justa causa - que foram 54,3% do total de demissões no primeiro semestre - há uma fatia que pode ser creditada à iniciativa dos funcionários, mas que não pode ser mensurada, pondera João Saboia, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Saboia lembra que acordos entre profissionais e empregadores para que as empresas sejam as responsáveis pela dispensa ainda são uma prática comum. "Os desligamentos a pedido devem ser mais do que as estatísticas mostram", afirma o professor, para quem ainda não é possível extrair uma tendência muito clara a partir dos números de demissões do segundo trimestre.

Com o desaquecimento do mercado de trabalho, é de se esperar que os desligamentos a pedido percam participação, afirma Saboia. Por outro lado, os avanços observados na última década não permitem fazer uma análise muito negativa da alta recente na fatia de cortes por iniciativa das empresas. Para o economista da UFRJ, o aumento da renda e da formalização impedem um retorno a patamares semelhantes aos de 2007, quando as demissões involuntárias eram quase 80% do total.

Leonardo Trevisan, professor da PUC-SP, faz análise semelhante, ao destacar que as estatísticas atuais ainda estão distantes das do período pós-crise. Entre 2008 e 2009, o percentual de demissões feitas pelos empregadores subiu de 76,15% para 78,16%. Desde então, entrou em trajetória de queda, e voltou a se expandir somente neste ano.

Trevisan relaciona esse indicador às pesquisas mais recentes de emprego do IBGE e do Dieese, que mostram perda de postos na indústria, para concluir que as dispensas estão concentradas nesse setor, enquanto os serviços continuam compensando o desemprego nas fábricas. "O mercado de trabalho não é demissionário", avalia o pesquisador.

Já Moura, do Ibre-FGV, argumenta que a quantidade maior de desligamentos involuntários pode ser considerada um alerta, e não aposta em uma retomada da criação de empregos no segundo semestre. O desemprego em nível baixo e os consequentes reajustes salariais acima da inflação, devido à oferta reduzida de mão de obra, ainda dão fôlego para o setor de serviços, mas, com a inflação mais elevada, o economista afirma que não é possível prever até que ponto os ganhos salariais conseguirão superar os índices de preços.

Fonte:  Valor Online / Gestão Sindical 20/08/2014


•  Voltar as Notícias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia
Av. Presidente Vargas, 583 - Sala 220
CEP: 20071-003 - Centro - Rio de Janeiro / RJ
Fone: (21) 2220-4358 - E-mail: fedcont@fedcont.org.br
Funcionamento: Seg à Sex de 09h às 17h
Filiado a