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Para economistas, baixa poupança é obstáculo ao crescimento

O baixo nível de poupança do Brasil foi destacado por alguns economistas ontem como um dos maiores entraves aos investimentos, à recuperação da indústria e, principalmente, ao crescimento da economia com taxas mais robustas. O assunto foi destaque no ciclo de debates promovido em São Paulo pela Associação Keynesiana Brasileira (AKB).

"Se o Brasil tivesse a mesma poupança que a da China, seu PIB seria 10% maior hoje", ressaltou o economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Samuel Pessôa. A poupança nacional brasileira - a soma de tudo que as pessoas, as empresas e o governo economizam de sua renda - gira em torno dos 15% do PIB, enquanto na China e em outros asiáticos essa proporção passa dos 40%. Ele explica que um ciclo de crescimento longo e sustentável passa, em um primeiro momento, pelo aumento da renda, e, em um segundo, pelo aumento da poupança, o que mantém a liquidez em alta e continua sustentando novos investimentos. "No Brasil não se chega nessa etapa. Sempre que o crescimento se acelera, se aloca um parte da renda para o consumo", disse.

"Ninguém fica rico com a poupança dos outros", disse Fernando de Holanda Barbosa, pesquisador da FGV e secretário de política econômica do governo Itamar Franco, lembrando que pouca liquidez interna significa dependência de capital estrangeiro. "O Brasil precisa seguir o modelo asiático: poupança elevada, educação de primeira e investimentos em infraestrutura."

O consumo, no entanto, não precisa necessariamente ser visto como um entrave à poupança. Levantamento feito por outro professor da FGV, Nelson Marconi, com base nas médias das contas nacionais de 2000 a 2009, revelou que 67% da poupança nacional é formada pelo capital de empresas. "Ou seja", disse Marconi, "não podemos discutir o consumo só como inimigo. O grosso da nossa poupança vem dos lucros das empresas, e é assim em outros países também. E elas precisam que as pessoas consumam para que tenham lucros, poupem e invistam."

O debate ontem também envolveu a questão da desindustrialização brasileira. José Luís Oreiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente da AKB, lembrou que o país passa por uma "desindustrialização precoce". Isso, segundo ele, é um fenômeno negativo no país, que vem, entre outros aspectos, acompanhado da doença holandesa, que ocorre com países onde a abundância de recursos naturais conduz a taxa de câmbio a uma sobrevalorização, que, como consequência, tem um efeito negativo sobre os produtos industriais, reduzindo sua competitividade e diminuindo a participação da indústria na economia.

Oreiro explica que há a desindustrialização positiva, que marcou o processo dos países desenvolvidos e se caracteriza pela transferência do parque industrial para países de custo mais baixo e da elevação do nível de tecnologia dos manufaturados na pauta de exportação industrial restante. Mas este não é o caso do Brasil, diz, onde a desindustrialização não só começou antes de o país de fato atingir uma alta renda per capita, como também mostra uma "reprimarização" da pauta de exportação.

Segundo levantamento feito por Marconi, a renda per capita nos principais países desenvolvidos nos anos 70, quando a indústria passou a perder participação em seu PIB, ia de US$ 8 mil ao ano a US$ 12 mil ao ano, feito o ajuste por paridade de compra. No caso do Brasil, a curva de participação da indústria dentro da economia começou a se inclinar para baixo nos anos 90, quando o PIB per capita do país era de US$ 4 mil.

Fonte: Valor Online / Gestão Sindical – 15.08.2014

 


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