A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, indicou ontem que a instituição irá anunciar até o fim do mês um corte nas previsões de crescimento global. Segundo ela, os investimentos continuam fracos e ainda há riscos para a economia dos Estados Unidos, apesar da recente aceleração.
"A economia global está ganhando velocidade, embora o ritmo seja um pouco menor do que em nossas previsões anteriores, porque o potencial de crescimento é baixo e os investimentos" continuam sem vitalidade, afirmou em conferência em Aix-en-Provence, na França.
Sobre a zona do euro, Lagarde disse que, embora o principal risco continue sendo a inflação excessivamente baixa (0,5%), é preciso cautela nos planos de investimentos públicos sendo estudados pelos governos da região, que procuram maneiras de estimular a recuperação de suas economias após a crise das dívidas soberanas. Recentemente, o presidente da França, François Hollande, afirmou que a Europa deveria utilizar toda flexibilidade disponível em suas regras fiscais e considerar a possibilidade de não incluir nas contas dos déficits os gastos em investimentos.
déficit em investimentos em todas as partes", disse Lagarde. Contudo, acrescentou que as políticas públicas devem ser ditadas pela sustentabilidade da dívida. "Se você não está numa situação de médio prazo que assegure a sustentabilidade, não pode assumir grandes investimentos em infraestrutura."
Segundo a diretora-gerente do Fundo, somente países com dívidas pequenas e crescimento sólido têm condições de adotar uma política de alta dos investimentos.
As declarações de Lagarde chamam atenção para as ameaças ao crescimento global num momento em que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, está reduzindo o estímulo à economia e o Banco Central Europeu combate uma inflação que é menos da metade da sua meta.
O FMI vai revelar nas próximas semanas uma atualização das suas previsões. No mais recente relatório, de 8 de abril, estimou que a economia global crescerá 3,6% neste ano e 3,9% em 2015.
Lagarde disse que a expansão da economia dos Estados Unidos deve se acelerar nos próximos meses e que os mercados emergentes da Ásia conseguirão evitar um pouso forçado. Porém, a recuperação europeia não mostra a força que deveria mostrar.
Fonte: Gestão Sindical / por Valor Online – 07.07.2013