Segundo OIT, 90% dos empregos devem ser gerados em países em desenvolvimento
Os países em desenvolvimento terão de criar 40 milhões de empregos por ano na próxima década para acompanhar o crescimento da população em idade de trabalho. A projeção é do diretor do Departamento de Pesquisa da OIT, Raymond Torres, ao comentar o relatório O Mundo do Trabalho 2014: Desenvolvimento com Empregos, divulgado pela organização.
O documento estima que cerca de 200 milhões de pessoas tenham ingressado no mercado de trabalho em 2013. E que essa quantidade aumente em 3,2 milhões em 2014. Até 2019, o contingente de novos trabalhadores chegaria a 231 milhões.
E que, nos próximos cinco anos, 90% dos empregos serão criados em economias emergentes e em países em desenvolvimento. Isso deve significar um forte impacto nos fluxos migratórios.
“A migração Sul-Sul já está em ascensão, com trabalhadores deixando economias desenvolvidas, especialmente a européia, afetadas pela crise, por oportunidades de trabalho em países em desenvolvimento”, destacou o vice-diretor do Departamento de Pesquisa da OIT, Moazam Mahmood.
Para Torres, além de gerar empregos, é preciso garantir que o trabalho decente seja um dos objetivos da agenda do desenvolvimento pós-2015. Segundo a OIT, a redução das vulnerabilidades no mercado de trabalho, o combate à pobreza e os investimentos em empregos de qualidade contribuem para o crescimento econômico sustentável.
As regiões em que as condições de trabalho são mais críticas são o Norte da África e o Oriente Médio, para as quais, a OIT projeta desemprego de 12,3% e 11,1%, respectivamente.
Segundo o estudo, países em desenvolvimento que investiram em trabalho e melhoras nas condições de emprego amorteceram a crise deflagrada em 2008. E tiveram maior crescimento.
Fonte: Monitor Mercantil - 26/05/2014