Alimentação e bebidas puxaram alta de 0,92% no mês passado — a maior desde 2003
inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,92% em março e atingiu o maior nível nesse mês desde 2003, quando subiu 1,23% no período. As informações foram divulgadas pelo IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) nesta quarta-feira (9).
O índice de março também foi maior que o registrado em fevereiro, de 0,69%, e que o mesmo mês do ano passado, de 0,47%. No acumulado deste ano, a inflação oficial já chegou a 2,18% e, nos últimos doze meses, a taxa está em 6,15%.
O resultado foi impactado sobretudo pelo grupo Alimentação e Bebidas, que subiu 1,92% e foi responsável por 51% do IPCA no mês de março. Outro grupo com grande influência foi Transportes, que avançou 1,38% no mês e, ao lado de Alimentação e Bebidas, representam 79% do índice oficial.
Produtos
As principais altas observadas no grupo Alimentação e Bebidas foram a batata inglesa, que subiu 35,05% em março, e tomate, que avançou 32,85% no período. De acordo com o IBGE, o aumento nos preços foi resultado da "seca que atingiu as lavouras de alguns estados e prejudicou a oferta de alimentos".
Outros produtos desse grupo que tiveram altas expressivas foram feijão-carioca (11,81%), hortaliças e verduras (9,36%) e ovo de galinha (8,21%).
No grupo Transportes, por sua vez, a maior influência veio das passagens aéreas, que ficaram 26,49% mais caras em março e estão entre as principais responsáveis pela alta do IPCA no mês. Outro destaque foi o etanol, que subiu 4,07%, que teve reflexo sobre a gasolina, que teve avanço mais tímido, de 0,67%.
Famílias de baixa renda
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que analisa as famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, subiu 0,82% em março e ficou acima do resultado de 0,64% de fevereiro em 0,18 ponto percentual. Nos três primeiros meses de 2014, a taxa acumulada foi de 2,10% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,62%.
Os produtos alimentícios subiram 1,88% em março, enquanto os não alimentícios registraram 0,37%. Entre os índices regionais, o maior foi observado em Brasília (1,38%), em consequência da alta de 51,65% nas passagens aéreas. O menor índice foi o de Belém (0,45%), onde os alimentos consumidos em casa tiveram variação de 0,80%, abaixo da média nacional de 2,27%.
Fonte: R7 – 09.04.2014