Os bancários creditam aos banqueiros a culpa pelo consumidor ter tido de recorrer a linhas de crédito mais caras durante a paralisação da categoria. A alegação é de que as instituições financeiras não tiveram “interesse” em emprestar dinheiro barato às pessoas físicas, forçando os clientes a buscarem modalidades com taxas exorbitantes, como o cheque especial e o cartão de crédito.
“Os bancos estão esperando que a taxa (básica de juros) suba ainda mais para que eles possam aumentar também os juros ao consumidor”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo de Souza. Desde abril, o principal parâmetro para os empréstimos no país, a Selic, subiu 2,25 pontos percentuais, de 7,25% para 9,50% ao ano. No mesmo período, as taxas médias cobradas no cheque especial cresceram quase três vezes mais, de 136,8%, em abril, para 143,3%, em setembro, alta de 6,5 pontos.
Procurada, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) disse, em nota, que “lamenta” os transtornos causados pela greve e observa que os transtornos são prejudiciais para todos: “Para os bancos, para os bancários e para a população”.
Eduardo Souza ressalta que o cliente que se sentir prejudicado pela interrupção dos serviços pode procurar os Procons ou o Juizado de Pequenas Causas. “Se achar que não teve o direito atendido, o consumidor pode recorrer a esses dois caminhos, porque o banco é um prestador de serviços como outro qualquer”, ressaltou.
Fonte: Correio Braziliense - 30.10.2013
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