Um amplo estudo com propostas para o desenvolvimento da economia e do comércio entre 2014 e 2020 foi lançado ontem pelo Sistema Comércio RJ (Sesc, Senac e Fecomércio), numa iniciativa que busca incluir o setor no debate das políticas públicas no Brasil. "O Mapa Estratégico do Comércio 2014-2020" lista 28 temas prioritários — que vão desde formação e capacitação do trabalhador e ordenamento urbano até gestão empresarial e produtividade, passando por simplificação e redução da carga tributária — para o país.
O levantamento aponta ainda a importância do setor para a economia: o valor adicionado bruto do comércio cresceu 4,5%, em média, entre 2002 e 2012, ante expansão média de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no mesmo período. O valor adicionado bruto é o valor da produção, sem considerar possíveis duplicações ao longo da cadeia produtiva. Eram 4,9 milhões de estabelecimentos comerciais em todo o país em 2011. Na internet, as vendas mais que triplicaram entre 2008 e 2012, passando de R$ 8,2 bilhões para R$ 28 bilhões.
— A grande expansão experimentada pela atividade comercial nos últimos anos deve ser levada em conta pelos formuladores de políticas. O Mapa passa a ser um instrumento que fornece a estratégia para o planejamento e indica as ações a serem executadas — afirma o presidente do Fecomércio RJ, Orlando Diniz.
O setor de comércio é o mais usado pelos demais setores, destaca o coordenador do estudo, o professor da Fundação Getulio Vargas Fernando Blumenschein, considerando o índice de Rasmussen-Hirschman por setor da economia. Na sua avaliação, o tema ordenamento urbano é o mais importante entre os presentes no estudo.
O estudo destaca a educação básica, a capacitação do empresário e do trabalhador. Entre as propostas, estão a promoção de diretrizes curriculares voltadas para o mundo do trabalho, o estímulo para que empresários busquem formação em áreas como finanças e gestão e a ampliação dos programas de capacitação profissional. Três temas ligados à infraestrutura são colocados como prioritários: logística, telecomunicações e energia elétrica.
Fonte - O Globo - 18.10.2013
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