Diante dos fortes indícios de irregularidades na Fundação Assistencial dos Servidores do Ministério da Fazenda (Assefaz) relatados pelo Correio, a entidade promoveu ontem uma reformulação em seu quadro de diretores. A principal delas foi a perda de poder do advogado Rodrigo Vasconcelos, que acumulava, simultaneamente, a função de superintendente executivo e duas das mais importantes gerências, as de Administração e Programas Sociais.

A partir de hoje, Rodrigo passa a responder apenas pela recém-criada gerência nacional de Administração e Finanças. Caberá a ele gerir as contas e zelar pelo patrimônio da Assefaz, avaliado em meio bilhão de reais. O cargo de superintendente executivo será ocupado pelo auditor fiscal João Dias Alves, que esteve no posto de 1997 a 2000 e já foi presidente da fundação que administra planos de saúde de 94 mil servidores.

Outra alteração foi a criação de uma gerência nacional de Programas Assistenciais, que acumulará as funções de outras importantes áreas, como a gerência Nacional de Saúde. O cargo será ocupado interinamente por Raquel Barbosa Carvalho. Com o enxugamento da estrutura, a gerência executiva de Regulação e Controle será extinta. Com isso, Raphael Luiz Lima perde o cargo.

Com as mudanças, a Assefaz espera economizar cerca de R$ 1,4 milhão por ano. Para o atual presidente da fundação, o auditor fiscal Carlos Viriato de Sousa, esse é o passo que faltava para "colocar ordem na casa". "A estrutura que tínhamos era equivocada. Temos bons funcionários, mas que não trabalham integrados como um time. Era uma forma muito antiga de gerência", disse. Viriato acredita que seja possível reerguer o plano de saúde, que acumula rombo de R$ 37 milhões, a despeito dos graves indícios de irregularidades encontrados pelo Ministério Público.