Na atual conjuntura, de economia fraca e alta inflação, o dólar alto pode dificultar a tarefa do BC de conter os preços" .
O ex-presidente do BC tem conversado com o senador Aécio Neves. "Vejo nele um potencial de boas ideias e de boas políticas"
Rio - A elevação de 0,50 ponto percentual na taxa de juro básica da economia para 9,5% ao ano, decidida pelo Banco Central na quarta-feira, pode não ser o melhor caminho para conter a inflação, disse nesta sexta-feira o ex-presidente do BC Armínio Fraga, para quem é possível reduzir o juro do país a um patamar "normal".
"Muitos países parecidos com o Brasil têm a taxa de juro real de longo prazo entre 2% e 3%. Para que isso aconteça, o Brasil teria que insistir na receita do tripé, que me vem à cabeça como a mais natural e ideal para o momento. Não pode ter medo.
Tem que ser uma política equilibrada em várias frentes. Equilíbrio fiscal, monetário e creditício", afirmou o ex-presidente do BC depois de participar de evento promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
Ele também alertou para a ameaça que o dólar valorizado pode representar para o controle da inflação. "Na atual conjuntura, de economia fraca e alta inflação, o dólar em alta poderá dificultar a tarefa do Banco Central de conter os preços. Países como o Brasil, que administraram essas fases sem cuidado, agora podem se ver em maus lençóis", disse.
Aécio
Fraga afirmou ter travado conversas com o senador Aécio Neves, possível candidato à Presidência da República pelo PSDB. "Vejo nele um potencial de boas ideias e de boas políticas. Não posso citar nada sobre isso porque ainda não é nada concreto. Entretanto, ele tem boas propostas para a economia do país. Há uma sensação geral de que algumas coisas precisam mudar e isso tem feito parte da conversa com ele", disse.
Fonte Brasil Econômico -Bruno Dutra - 11/10/13