Resultado até setembro é o pior desde 1998 Eliane Oliveira
Brasília- Amparada, entre outros fatores, pela valorização do dólar, exportação recorde de soja e queda nas importações de petróleo, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 2,147 bilhões em setembro. No mês passado, as exportações somaram US$ 20,996 bilhões e as importações, US$ 18,849 bilhões. No acumulado do ano, porém, o déficit chega a US$ 1,622 bilhão, o primeiro saldo negativo para o período desde 1999 e o pior desde 1998. Ainda assim, esse resultado indica uma recuperação da balança, já que de janeiro a agosto o déficit acumulado estava em US$ 3,769 bilhões.
Os números divulgados ontem sinalizam que a tendência ate dezembro é de uma virada no saldo da balança. No acumulado em 12 meses, o superávit está em US$ 2,080 biIhões, o que reforça a nova estimativa de instituições do mercado e do próprio Banco Central (BC) para a balança em 2013, de um saldo positivo em torno de US$ 2 bilhões.
CÂMBIO REDUZ IMPORTAÇÕES
Os embarques realizados em setembro caíram 5% ante o mesmo mês do ano passado, mas aumentaram 2,2% em relação a agosto. Os gastos no exterior diminuíram 2,2% nos dois períodos de comparação.
No acumulado do ano, o total exportado foi de US$ 177,65 bilhões e o importado, US$ 179,272 bilhões. O déficit de US$ 1,622 bilhão inverteu o superávit do mesmo período de 2012, de US$ 15,702 bilhões.
O secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, destacou que, no mês passado, as vendas de soja bateram recorde histórico em dólares (US$ 1,9 bilhão) e em quantidade (40,7 milhões de toneladas). Ele também citou o aumento das exportações de minério de ferro e automóveis.
A balança de petróleo e derivados também pesou na recuperação do saldo comercial. De janeiro a setembro de 2013, as exportações desses produtos haviam caído 34,6% em relação ao mesmo período do ano passado, mas em setembro subiram 4,5% frente a 2012 e 45% ante o mês anterior.
As importações de petróleo, que tiveram uma expansão de 21,6% no acumulado do ano, caíram 69,8% em setembro, ante o mesmo mês de 2012 e 50,2% ante agosto de 2013.
— Desde o início, dissemos que o resultado final do ano dependeria da conta petróleo. Houve aumento na produção e isso gerou expansão das exportações — disse Godinho.
O fator câmbio, segundo o secretário, começa a fazer efeito, principalmente, nas importações. As compras externas de bens de consumo, por exemplo, que vinham subindo a cada mês, agora estão caindo. Em relação a setembro do ano passado, houve uma redução de 2,6%, com destaque para bens duráveis.
Fonte: O Globo - 02/10/2013
|