DANIELLE BRANT
São Pauo - Para vender mais, pequenos comerciantes passaram a aceitar cartão de débito e crédito e dispensaram o cheque, meio de pagamento arriscado e praticamente em extinção no país.
Segundo a Febraban (Federação dos Bancos), o uso de cheques cai, em média, 10% ao ano.
Os próprios bancos desestimulam o uso do cheque, cuja compensação é manual e mais cara do que os pagamentos eletrônicos. A maioria dos pacotes só permite a emissão de 20 cheques por mês sem cobrar tarifa ou exigir liberação.
Os cheques sobrevivem nas agências de turismo. Segundo a Telecheque, cerca de 65% das compras são feitas com cheque pré-datado. Nos supermercados, 3% a 5% das compras diárias são feitas com cheques.
Houve um aumento no valor médio dos cheques emitidos. Segundo o BC, entre 2006 e 2011 esse valor cresceu 86%, de R$ 941,6 para R$ 1.752,20. Isso ocorreu porque o cheque se tornou um instrumento de crédito, afirma José Antônio Praxedes, presidente da Telecheque, empresa especializada na verificação de cheques.
O instrumento, porém, ainda supre alguns limites do mercado de cartões. "O limite médio no Brasil de um cartão de crédito está em R$ 460. Não dá nem para comprar um fogão", diz. Por outro lado, lembra, quando alguém vai fazer uma compra com cheque, ninguém vê o limite.
Hoje, o cheque é usado em compras programadas, como a entrada para a aquisição de um veículo ou de um imóvel, ou na compra de materiais de construção. Também é um meio para pagar por serviços, diz Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo. "O dinheiro sempre tem o risco de segurança."
Além disso, o cheque passou a ser menos usado para quitar dívidas à vista e se tornou um instrumento de crédito para a população, diz Marcel Solimeo, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). O consumidor recorre a esse pagamento quando quer parcelar uma compra sem comprometer o limite do cartão de crédito.
Fonte: Folha de S.Paulo – 30.09.2013