Dados econômicos mais fortes da China e a decisão do Federal Reserve (Fed) — banco central dos Estados Unidos — de manter o programa de estímulos que injeta US$ 85 bilhões na economia derrubaram a moeda norte-americana frente a várias divisas ontem. No Brasil, o dólar fechou em queda de 0,82% ante o real, cotado a R$ 2,20, depois de cair até 1% durante o pregão. No mês, a desvalorização da divisa dos EUA chega a 7,71%.

O economista-chefe do Espirito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, avalia que o mercado está seguindo o ritmo do exterior. “Os dados preliminares de crescimento da China foram determinantes para o comportamento do dólar, mas a consolidação da percepção do mercado de que os estímulos dos Estados Unidos continuarão pelo menos até o fim do ano também ajudou”, disse.

O fortalecimento da economia chinesa aumentou o apetite de investidores por ativos de risco e garantiu a valorização do real mais por motivos externos do que pela ação do Banco Central, que ontem negociou quase US$ 500 milhões, em outro um leilão de swap cambial tradicional — equivalente à venda de dólares no mercado futuro — previsto em seu cronograma de intervenções diárias. Outras moedas de países emergentes também se valorizaram, como o peso mexicano e o dólar australiano.

A Bolsa de Valores de São Paulo aproveitou os bons ventos e encerrou o pregão de ontem com alta de 0,91%, aos 54.602 pontos, na contramão das bolsas norte-americanas. O Dow Jones caiu 0,32% e a Nasdaq fechou em queda de 0,25%. No mês, a bolsa tem alta de 9,19%, mas no ano acumula desvalorização de 10,42%.