Autor: Guilherme Waltenberg
O primeiro dia da paralisação dos bancários contou com a adesão de 18 mil trabalhadores do setor, de um total de 140 mil, segundo balanço divulgado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Além disso, informa a entidade, 580 locais de trabalho, sendo nove centros administrativos, fecharam as portas na região.
"A greve está na cidade toda e nas outras cidades da nossa base .Temos sete regionais, em todas houve paralisação e adesão, especialmente nos grandes bancos, que são 90% do setor. Para o primeiro dia, é considerada uma boa adesão. As articulações ainda estão ocorrendo. Amanhã certamente o número crescerá", disse a presidente do sindicato, Juvandia Moreira.
No balanço nacional, pelo menos 6.145 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 Estados e no Distrito Federal foram fechados ontem. Foram 1.013 unidades a mais que 110 primeiro dia da greve do ano pas sado (5.132), um crescimento de 19,73%. Õ levantamento foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com base nos dados enviados pelos 143 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 490 mil bancários do País.
Os bancários pedem reajuste salarial de 11,93%,ou seja, 5% de aumento real além da inflação, participação nos lucros e resultado (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860. Além disso, reivindicam o fim de metas abusivas e de assédio moral que, segundo a confederação, adoecem os bancários.
"Os bancos alegam que não podem atender nossas reivindicações por conta de uma economia com crescimento mais lento. Mas o setor bancário é o que tem a maior rentabilidade no País e teve um lucro no semestre de quase R$ 30 bilhões", diz Juvandia, reiterando que os bancos ofereceram, reajuste de 6,1%, o que, segundo ela, não traria aumento real. A partir de hoje a estratégia dos grevistas é focar mais nos centros administrativos e não nas agências.
Febraban. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, disse ontem que a população é a maior prejudicada pela greve. "Acho que (a greve) causa um transtorno para a população. Lógico que há vários outros meios e canais alternativos que a população pode usar, como caixas eletrônicos e transações pela internet, mas sempre causa transtorno", avaliou.
Segundo Portugal, a Febraban ainda está negociando com os sindicatos. "Nunca saímos da mesa de negociações. Vamos continuar o processo de negociações, que nós achamos que é a maneira de resolver esse tipo de problema."
Evite problemas
* A greve não desobriga o cidadão de pagar suas contas em dia
* É função da empresa oferecer alternativas para o consumidor quitar débitos
* O consumidor deve solicitar à empresa informações sobre como proceder
* Se a empresa não cumprir com sua parte, o consumidor pode acionar o Procon
* Correntista deve evitar adquirir, por impulso, serviços oferecidos por bancos para quitar dos débitos
Fonte: O Estado de S. Paulo - 20/09/2013