A Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), aproveitou a realização do Fórum Social Mundial Temático, em Porto Alegre, nesta semana, para discutir a situação da categoria no contexto dos desdobramentos no mercado de trabalho da crise econômica e financeira internacional como decorrência do projeto neoliberal. No debate, realizado nesta terça-feira (29) na Usina do Gasômetro, o professor da Escola de Economia da UFRGS, Fernando Ferrari Filho, lembrou que nas últimas três décadas ocorreram 12 crises financeiras e econômicas de impacto global. Acrescentou que a retração atual ainda é o desdobramento da crise iniciada em 2008 nos Estados Unidos e tende a prosseguir por mais três a quatro anos mesmo que possa haver recuperações esporádicas. Defendeu o ponto de vista de que as crises financeiras são associadas aos ápices dos ciclos econômicos, pois a estabilidade leva à especulação/endividamento. Preconizou, diante disso, a implementação de políticas intervencionistas na economia de forma não pontual e usá-las como instrumentos para administrar as crises do capitalismo, permitindo conviver com elas da forma mais indolor possível.
Já o assessor sindical Ernesto Germano Parés, do Rio de Janeiro, entende que o combate à presença do estado na economia preconizado pelo neoliberalismo fracassou na América Latina, em países da África, Ásia e Europa mas, apesar deste avanço, considera necessário o aprofundamento da atuação das entidades sindicais no debate de alternativas para a continuidade desse processo. Reconheceu, porém, que houve um acomodamento dos sindicatos neste sentido porque não aconteceu o indispensável investimento na formação de novas lideranças no setor e também porque o movimento sindical acabou sendo parcialmente absorvido pela política partidária.
Fonte: www.cnpl.org.br.