Uma missão chinesa veio ao Brasil aprender sobre o sistema tributário daqui e foi recebida na sede da Federação dos Contabilistas (RJ/ES/BA). O anfitrião, presidente da Federação Luiz Sergio, antecedeu a palestra, localizando os chineses sobre a organização sindical brasileira.
Em seguida, o coordenador técnico do Cenofisco (Centro de Orientação Fiscal), Jorge Lobão pôde iniciar os trabalhos e expôs, por uma hora meia, a essência do sistema tributário brasileiro para a delegação de doze chineses - todos servidores públicos em seu país.
"Viemos aprender um pouco com outro país, como se monta um sistema tributário. A tributação é uma parte muito importante da economia da China, então a troca de experiências é muito importante. Aprendemos bastante nessa reunião; foi um ótimo trabalho de organização dos contadores do Rio de Janeiro", considerou Xu Guoyun, vice-diretor geral do departamento local de taxação da província de Anhui.
Ao final da palestra foi aberta a sessão de perguntas. Pelas argüições, percebeu-se que a curiosidade maior dos chineses centrou-se em saber como o governo brasileiro faz para controlar e fiscalizar a arrecadação tributária. Uma dúvida, entretanto, saiu dessa temática: os orientais ficaram curiosos sobre a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira); quiseram saber o porquê de um tributo com valor relativamente baixo (0,38% sobre o valor movimentado), mas com um vasto campo de abrangência (em 2005, apenas com a CPMF a União arrecadou R$ 29,9 bilhões).
O palestrante sintetizou a história, que teve inicio em 1995, quando tentou-se com a CPMF experimentar uma forma de viabilizar a simplificação e a redução do número de tributos no país. "Hoje, há quem diga que esse pe é de permanente e não de provisório", encerrou Lobão para os chineses.
Na despedida, Guoyun, um dos servidores chineses, pode resumir a primeira impressão que teve sobre o sistema brasileiro. "O sistema de tributação brasileiro me pareceu muito de acordo com o contexto econômico e social do país", sintetizou o chinês, com uma gentileza diplomática.
Fonte: Correio Sindical Ano X - nº 73 - edição nacional, outubro de 2006.